Wednesday, April 18, 2007

SE FOR POLÊMICO... BARRA!

GRUPO DE MULHERES DA UNEMFA É IMPEDIDO DE SE MANIFESTAR NA CÂMARA DOS DEPUTADOS!!!!


"Dia 18/04/2007 é um dia que antecede as comemorações do dia do Exército, e em respeito à todos os militares que fazem do Exército Brasileiro uma das Instituições de maior credibilidade do nosso País é que neste momento lanço um apelo a todos os internautas que por aqui dão o ar da sua graça (SITE reservaer) e que moram em Brasília, principalmente os da reserva. Chegou o momento de exigirmos valorização e respeito aos integrantes das nossas FFAA e a instalação da CPI do Apagão Aéreo, com transparência, verdade e justiça".
Assim era o apelo da presidente da UNEMFA (União Nacional das Esposas de Militares das FFAA) e atual Deputada Suplente, Ivone Luzardo (Democratas/DF), para que simpatizantes da causa militar comparecessem, a partir das 14 horas, em frente à Catedral de Brasília, para fazer uma passeata, até o Congresso, com faixas pedindo a CPI do Apagão e respeito às FFAA. O objetivo era chamar a atenção das pessoas sobre a gravidade do que têm ocorrido no setor de tráfego aéreo brasileiro e que quase acabou se transfonmando numa gravíssima crise entre militares e governo.
Em frente à Catedral, pouquíssimas pessoas compareceram em resposta ao apelo de Ivone. Sem quórum para uma passeata, a presidente da UNEMFA resolveu mudar os planos. A idéia inicial era ir para dentro do Congresso, com as poucas pessoas que lá estavam, e abrir uma das faixas de protesto dentro do Salão Verde, onde poderia ser vista por visitantes, parlamentares e imprensa. Na ocasião, o grupo pretendia entregar um manifesto nas mãos do Presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia.
Enquanto o grupo dirigia-se para o Congresso, informantes do Serviço de Inteligência da Polícia Civil, que faz a Segurança daquela casa, já haviam "plotado", in loco, as intenções dos manifestantes e alertado aos seguranças da Câmara sobre o pretendido protesto. Resultado: Ivone Luzardo, mesmo depois de passar pela entrada da Casa, onde as pessoas são identificadas e passam por detectores de metal, foi impedida pelos seguranças, policiais civís, de adentrar os corredores da Câmara.
Entre perguntas e comunicações de rádio, os policiais que barravam a entrada do pequeno grupo de 5 mulheres (isso mesmo, 5 mulheres), ouviam os protestos da cidadã, Ivone, mostrando que somente elas estavam sendo impedidas de entrar na Casa, enquanto todo o tipo de gente ia e vinha - desde visitantes comuns a índios caracterizados. Argumentava que o Congresso é a casa do povo e que, desde que pacificamente, todos têm o direito de se manifestar e cobrar atitudes dos parlamentares.
Depois de muito reclamar e insistir, o grupo pôde seguir até o gabinete do líder dos Democratas e ao local onde protocolou o Manifesto para que fosse entregue ao presidente da Câmara. Enquanto todos os visitantes andavam para cá e para lá, lépidos e faceiros, o grupo de Ivone foi, o tempo todo, escoltado pelos seguranças. Não houve a menor chance de mostrar a faixa de protesto e nem de aguardar que o presidente da Câmara voltasse à casa. Vigiado e tolhido, o grupo desistiu do protesto e deixou o Congresso.
Vale dizer que, se eu não estivesse por lá, fotografando e registrando tudo, as 5 mulheres não teriam passado do corredor de entrada. Em nenhum momento o grupo foi mal tratado ou agredido pelos seguranças - que disseram estar cumprindo ordens superiores expressas. Por que? Porque o assunto sobre o qual se referia o Manifesto e o protesto era polêmico. Polêmico? Polêmico para quem? Ah, sim! Polêmico para o governo. Então, agora é assim: só pode se manifestar no Congresso quem for a favor do governo... Se eu não tivesse visto e ouvido tudo com os meus próprios olhos, confesso que custaria a acreditar...
Enquanto eu acompanhava o grupo pelos corredores da Câmara, ao lado da escolta policial, eu ia recordando o episódio daquele também "pequeno" grupo de "honrados" cidadãos do MLST que promoveu o quebra-quebra no Congresso. Como foi que eles conseguiram ir tão longe, com tamanha eficiência em segurança? Eu diria, até que, hoje, não sei se por processo de evolução, temos até segurança político-ideológica! Pensei, também: como é que foram tão eficientes em espionar um grupo de 5 mulheres, que saiu da frente da Catedral para protestar no Congresso, e foram tão imprevidentes e ineficientes em fazer o mesmo com relação ao "pequeno" grupo de militantes do MLST que invadiu aquela Casa? Dá o que pensar...
De qualquer modo, é isso que temos agora: um grupo de 5 mulheres, desarmadas e identificadas, precisa ser escoltado pela polícia da Câmara porque o protesto que pretendem fazer é polêmico... polêmico para o governo... Essa é a "democracia" em que estamos vivendo... e fica tudo por isso mesmo.

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