Christina Fontenelle
13/10/2006
E-MAIL: Chrisfontell@gmail.com
BLOG/artigos: http://infomix-cf.blogspot.com/
BLOG/Série CAI O PANO: http://christina-fontenelle.blogspot.com/
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Se o candidato Geraldo Alckmin não perguntar, hoje à noite, no debate da Globo, algumas coisas que interessam muitíssimo ao eleitor e que podem atingir a candidatura petista em cheio, ficará provado que a disputa foi uma farsa. E mais, Alckmin foi colocado nesta disputa e abandonado para perder - seus grandes aliados, Serra e Aécio, só entraram na campanha do candidato do PSDB, prá valer, aos 45 do segundo tempo, antes do primeiro turno das eleições, quando, para surpresa de todos, Alckmin, praticamente sozinho (apoiado por pequena parte do PSDB), estava prestes a desbancar a proclamada vitória do PT já no primeiro turno. Isso só aconteceu porque, não satisfeito com a vitória garantida na disputa pela presidência, o PT queria mais: queria o Governo de São Paulo.
Os ataques do PCC e o caso do dossiê Vedoin foram planejado para isso, para tirar de José Serra e do PSDB a vitória, que, assim como a do PT para presidente, estava também garantida na disputa pela vaga de governador do Estado de São Paulo. A candidatura de Alckmin simplesmente pegaria carona nessa campanha difamatória planejada pelo PT. O golpe do PCC deu certo, o do dossiê não.
No primeiro debate presidencial do segundo turno das eleições, promovido pela TV Bandeirantes, o Brasil conheceu um Alckmin que chegava muito perto da figura do político que os brasileiros querem ver na presidência. A intensa campanha "anti-agressividade de Alckmin", que começou a ser deflagrada horas depois do debate, é o sinal mais claro do pânico que tomou conta do PT e de sua militância (que inclui muita gente da mídia). O que não se entende muito bem é o por que de Alckmin ter abandonado a postura que lhe poderia trazer a vitória na disputa presidencial.
Em matéria de marketing, Duda Mendonça, digo João Santana, encarregado da campanha presidencial de Lula, fez um trabalho muito superior em qualidade e eficiência do que fizeram os marqueteiros de Geraldo Alckmin. O festival de mentiras construiu um espetáculo impecável - é preciso reconhecer. Sem dúvida nenhuma, e ética à parte, os marqueteiros valem o quanto cobram. Em publicidade, assim como em Direito, o mérito está na eficiência em alcançar os objetivos que se tenha - TODO o resto é só isso: resto. Depois, se uns e outros tiverem problemas com a consciência e, mais tarde, com São Pedro, é uma relação de custo-benefício que só os próprios poderão equacionar.
A campanha de Geraldo Alckmin está sob a responsabilidade de Luiz González, da GW Comunicação, empresa que faz programas de TV, comerciais, vídeos corporativos e campanhas políticas, e que é dirigida pelo próprio González e por mais três executivos: Gilnei Rampazzo, Wianey Pinheiro e Woile Guimarães - todos com larga experiência profissional adquirida nos maiores veículos de comunicação do país. Luiz González, que, em 2003, ampliou os negócios fundando a agência de publicidade Lua Branca, é jornalista e já trabalhou para a Rede Globo, para a Rede Bandeirantes, para o Jornal da República e para as revistas Veja, Visão e Manchete. Na área de marketing político realizou, campanhas como as dos candidatos Luis Felipe Menezes (internas PSD – Portugal), José Aníbal (senador - 2002), Mário Covas (Governador - 1998), José Serra (prefeito de São Paulo – 2004 e Governador - 2006) e a do próprio Geraldo Alckmin, para Governador de São Paulo, em 2002. González também comandou a campanha do SIM ao Desarmamento (que antes havia contado com o trabalho voluntário de produtoras como a Conspiração, a Videolfilmes e a O2), já na reta final da disputa - que acabou sendo vencida pelo NÃO, cujo comandante da campanha foi o publicitário Chico Santa Rita, ex-marqueteiro de Fernando Collor.
Você poderia dizer que faltem ao marqueteiro de Alckmin experiência, competência e exemplos de sucesso? É calro que não. Nem sempre se ganha, é verdade, mas isso não quer dizer que necessariamente tenha havido incompetência - principalmente se o adversário, ou a causa adversária, tiver mais e melhores argumentos em sua defesa, bem como fatos que os comprovem. Acontece que, estranhamente, esse é exatamente o caso de Alckmin e não se pode admitir que o marqueteiro González não tenha se dado conta disso - não combina com seu currículo. A estratégia da campanha de Alckmin, portanto, entra para a lista de "mistérios" que têm cercado as disputas políticas dos últimos anos. E mais: ajuda a difundir a idéia de que a mentira é mais poderosa do que a verdade - e não é. Mas é verdade também que a campanha do candidato do PSDB enfrenta duas frentes de batalha: uma contra a campanha do PT e outra contra a esmagadora militância petista na imprensa. Realmente fica difícil.
Mas, a eleição será decidida nas urnas no dia 29 de outubro. A "prova dos nove" será tirada hoje à noite no debate da Globo entre os dois candidatos à presidência. Se Alckmin não fizer perguntas e afirmações relacionadas ao aborto, ao Foro de São Paulo, ao festival de indenizações que vêm sendo pagas aos pseudo anistiados políticos e, finalmente, à recusa de Lula em assinar documentos contra as privatizações e contra a convocação de uma Constituinte após as eleições, estará passando aos eleitores brasileiros a mensagem de que há alguma coisa muito errada por trás de nossa democracia - que aliás, e não é de hoje, vem se mostrando muito mais como "injustocracia".
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