Monday, September 18, 2006

ABORTO: O HOLOCAUSTO POLITICAMENTE CORRETO (I e II)

Christina Fontenelle
18/09/2006


AGENDA HOMOSSEXUAL E ABORTISTA

A MÁFIA QUE QUER EXTERMINAR OS POVOS CONSIDERADOS SUB-RAÇA: OS POBRES, OS MAL NUTRIDOS E OS SUBDESENVOLVIDOS.
VOCÊ E EU SOMOS CONSIDERADOS UM DESTES.


ABORTO: O HOLOCAUSTO POLITICAMENTE CORRETO (I)


O tema ABORTO precisa ser severamente considerado pelos eleitores nessa campanha eleitoral de 2006. Já se sabe que os brasileiros são maciçamente contrários ao aborto e, por isso, o assunto passa a ser um verdadeiro tabu para os candidatos que estejam comprometidos com a defesa da descriminalização e/ou da legalização desta prática. Esse é exatamente o caso de Lula e da candidata do PT ao Senado, Jandira Feghali. Para poder ganhar as eleições com o voto do eleitorado das classes C, D e E (que são majoritariamente contra o aborto), o governo Lula costurou um acordo com os políticos da base aliada e com as várias organizações que recebem dinheiro do estrangeiro para promover a legalização do aborto, estabelecendo que não se discutiria o assunto aborto durante o ano eleitoral de 2006.

A preocupação do PT faz sentido, uma vez que um famoso recente exemplo de fracasso eleitoral é atribuído ao apoio declarado ao aborto. Trata-se da derrota de John Kerry para George W. Bush, na última disputa presidencial dos EUA. Declaradamente a favor do aborto, o representante do Partido Democrata, Kerry, perdeu feio. O Partido Republicano de Bush, além de receber a maior votação da história dos pleitos presidenciais (quase 60 milhões de votos), conquistou maioria no Senado e ampliou a da Câmara de Representantes. Isso tudo, lá, nos EUA – imagine aqui no Brasil, onde 97% da população declara-se contra o aborto.

No programa Fantástico, da Rede Globo, do dia 6 de março de 2005 (http://fantastico.globo.com/Fantastico/0,19125,TFA0-2142-5509 205892,00.html), por exemplo, foi divulgada uma pesquisa do IBOPE que afirmava que a maioria do povo brasileiro é radicalmente contra a pratica do aborto, embora o apóie em casos difíceis como o estupro. Outros dados ainda davam conta de que: 95% dos brasileiros acham que o governo deveria distribuir anticoncepcionais; 97% deles concordam com a distribuição de camisinhas; e 68% achem que a chamada pílula do dia seguinte deva ser oferecida para a população (embora não conste se as pessoas questionadas sabiam ou não das características desse medicamento – que pode agir abortivamente).

Em 2004, o presidente Lula assinou o PLANO NACIONAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES - um importante documento, publicado com o apoio do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher, onde afirma claramente ao povo brasileiro seu compromisso com a legalização do aborto. A carta do presidente, intitulada "Compromisso de Governo", inicia o documento, no qual se lê que "O PLANO NACIONAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES FAZ PARTE DO COMPROMISSO ASSUMIDO POR ESTE GOVERNO QUANDO DE SUA ELEIÇÃO, EM 2002". O imenso empenho do governo em favorecer o aborto pode ser explicado, em parte, pela submissão aos organismos multilaterais de crédito, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, que condicionam toda ajuda econômica externa ao cumprimento de metas demográficas pautadas em cada empréstimo.

O Plano estabelece, à página 64, entre as suas prioridades, a de número 3.6: "REVISAR A LEGISLAÇÃO PUNITIVA QUE TRATA DA INTERRUPÇÃO VOLUNTÁRIA DA GRAVIDEZ”. Também apresenta como proposta: “CONSTITUIR UMA COMISSÃO TRIPARTITE, COM REPRESENTANTES DO PODER EXECUTIVO, PODER LEGISLATIVO E SOCIEDADE CIVIL PARA DISCUTIR, ELABORAR E ENCAMINHAR PROPOSTA DE REVISÃO DA LEGISLAÇÃO PUNITIVA QUE TRATA DA INTERRUPÇÃO VOLUNTÁRIA DA GRAVIDEZ".

Ao sancionar a Lei de Biossegurança (Lei 11.105/2005), em março de 2005, O presidente Lula teve o cuidado de vetar vários dispositivos, preparando, assim, o terreno para seus planos de aprovação da descriminalização do aborto; mas, manteve, por exemplo, intacto o art. 5º, que permite a destruição de embriões humanos.

Já em dezembro de 2004, logo após a divulgação do tal Plano, o jornal "O Estado de São Paulo" reportou declaração da Ministra Nilcéia Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), de que a proposta de legalização do aborto contida no Plano não era uma iniciativa isolada da SPM, mas de todo o Governo Lula. Em março de 2005, Nilcéia reiterou essa posição do presidente, deixando claro que o próprio Lula havia assegurado que estava pessoalmente interessado na legalização do aborto no Brasil, e que os ministros deveriam entender que isso era um programa do seu governo, e não apenas da SPM ou dos Ministérios.

No XIII Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores, em abril de 2006, para estabelecer as “Diretrizes para a Elaboração do Programa de Governo”, o PT exigiu que os seus parlamentares que fizessem parte da Frente Parlamentar em Defesa da Vida/Contra o Aborto retirassem seus nomes do movimento (íntegra do documento, no site oficial do PT).

O item de número 35 das Diretrizes diz o seguinte: “Combate às desigualdades e discriminações - O segundo Governo deve consolidar e avançar na implementação de políticas afirmativas e de combate aos preconceitos, à discriminação, ao machismo, racismo e homofobia. As políticas de igualdade racial e de gênero e de promoção dos direitos e cidadania de gays, lésbicas, travestis, transexuais e bissexuais receberão mais recursos. A Secretaria Especial de Mulheres, a Secretaria de Promoção de Políticas para a Igualdade Racial e o Programa Brasil sem Homofobia serão fortalecidos, influenciando e dialogando transversalmente com o conjunto das políticas públicas. O Governo Federal se empenhará na agenda legislativa que contemple as demandas desses segmentos da sociedade, como o Estatuto da Igualdade Racial, a descriminalização do aborto e a criminalização da homofobia”.

Trocando em miúdos, se tudo isso vier a se concretizar: se você discriminar alguém por ser homossexual, o que muitas vezes poderá se traduzir num simples xingamento (como hoje já acontece com quem chame um negro de negro numa situação de desentendimento) poderá até ser preso, para dizer o mínimo; mas, se decidir matar seu próprio filho, completamente indefeso, ainda dentro do útero materno, não estará cometendo crime nenhum – ao contrário, estará exercendo sua liberdade. É isso mesmo e mais: um padre católico ou um pastor protestante que simplesmente anuncie a doutrina de sua religião, condenando os atos de homossexualidade como pecados, poderá ser preso (na Suécia, vários pastores já foram processados e condenados por isso). Liberdade religiosa? Para que?

Na formação da citada Comissão Tripartite, o governo definiu que o grupo que discutiria a descriminalização do aborto não colocaria em questão a moralidade da prática. A postura pró-legalização é endossada pelos órgãos que lideraram o grupo de discussão: Ministério da Saúde e secretarias de Políticas para Mulheres, Direitos Humanos e Promoção da Igualdade Racial. O presidente Lula, inclusive, só apontou nomes pró-aborto, ao indicar os membros da Comissão que, como próprio nome sugere, foi composta por três partes: a primeira, abortistas do Poder Executivo; a segunda, abortistas do Poder Legislativo; a terceira, abortistas das ONGs "representando" a sociedade civil. Foram excluídos todos os segmentos sociais e grupos organizados contrários ao aborto.

O projeto, elaborado pela Comissão foi impulsionado na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados Federais pela principal aliada do governo na questão do aborto, a deputada federal Jandira Feghali do PC do B, que agora é a candidata a Senadora pelo Estado do Rio de Janeiro, pela Coligação PT – PC do B.

O governo brasileiro declarou reiteradas vezes que o trabalho da Comissão Tripartite é resultado de compromissos internacionais assinados neste sentido, embora, em nenhum momento, a população brasileira tenha sido consultada nem informada sobre estes compromissos. As poucas, mas claríssimas, informações dadas a esse respeito apresentaram o fato como já consumado, como tem acontecido em relação a muitas das decisões que este mesmo governo toma sobre questões que seriam de interesse nacional, no Foro de São Paulo, a despeito de poderem ser decisões que representem prejuízos para o Brasil e para o nosso povo. No início dos trabalhos da Comissão Tripartite, em 6 de abril de 2004, a Secretaria da Política das Mulheres declarava em seu site: "Segundo a ministra Nilcéa, a instalação da Comissão cumpre determinação de acordos e tratados internacionais assinados pelo governo brasileiro".

Em abril de 2005, precisamente no dia 11, o governo Lula comprometeu-se a legalizar o aborto no Brasil num documento que foi entregue à ONU - o Segundo Relatório do Brasil sobre o Tratado de Direitos Civis e Políticos ao Comitê de Direitos Humanos da ONU, no qual se pode ler, à pagina 12:

"O atual governo brasileiro assumiu o compromisso de revisar a legislação repressiva do aborto para que se respeite plenamente o princípio da livre eleição no exercício da sexualidade de cada um. O Código Penal brasileiro data de 1940. Apesar das reformas que se introduziram, persistem algumas cláusulas discriminatórias. O próprio Código estabelece duras penas para quem aborta, exceto em casos de risco iminente para a mãe e nas gestações frutos de estupro. A legislação brasileira ainda não se ajustou à recomendação da Plataforma de Ação da Conferência Mundial de 1995 sobre a Mulher, realizada em Pequim, na qual o aborto foi definido como questão de saúde pública. O Governo do Brasil confia que o Congresso Nacional leve em consideração um dos projetos de lei que foram encaminhados até ele para que seja corrigido o modo repressivo com que se trata atualmente o problema do aborto".

Os trabalhos da Comissão Tripartite foram concluídos no dia 1 de agosto, após a realização de dez reuniões com os 18 integrantes do grupo. No final da primeira semana de agosto, o presidente Lula escreveu uma carta, datada do dia 8 de agosto de 2005, à CNBB para ser encaminhada à 43ª Assembléia Geral da CNBB, que reunia na ocasião cerca de 300 bispos do país, em Itaici. A carta foi lida pelo cardeal Geraldo Majella Agnelo na manhã do dia 9 de agosto:

"Meu prezado dom Geraldo Majella,


Reafirmo nosso compromisso com a afirmação da dignidade humana em todos os momentos e circunstâncias e com a rigorosa proteção do direito dos indefesos. Nesse sentido quero, pela minha identificação com os valores éticos do Evangelho, e pela fé que recebi de minha mãe, reafirmar minha posição em defesa da vida em todos os seus aspectos e em todo o seu alcance. Nosso governo não tomará nenhuma iniciativa que contradiga os princípios cristãos, como expressamente mencionei no Palácio do Planalto.


Receba minha fraterna saudação,


Luiz Inácio Lula da Silva,


presidente da República Federativa do Brasil".

No dia seguinte o jornal “O Estado de São Paulo” comentava a reação dos bispos à carta do presidente: "Pura hipocrisia", disse o cardeal Eusébio Scheid, o arcebispo do Rio. "O presidente vai enganar a todos aqui, pois ninguém sabe o que está acontecendo". Para o secretário-geral da CNBB, D. Odilo Pedro Scherer, as palavras de Lula “não correspondem à realidade".

Os fatos vieram a confirmar que os bispos haviam avaliado corretamente a carta do presidente, pois, menos de dois meses depois, no dia 27 de setembro de 2005, após reunir-se com o Presidente Lula para, conforme o jornal O Estado de São Paulo, obter o seu aval, a Ministra Nilcéia Freire entregou a proposta do governo para a total descriminalização do aborto no Brasil, ao Deputado Benedito Dias, presidente da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados.

O projeto de lei, que está tramitando na Câmara sob o nome de substitutivo do PL 1135/91, define o aborto como um direito da mulher ao mesmo tempo em que extingue todos os artigos do Código Penal (1) brasileiro que definem o crime de aborto. Com isto todos os tipos de aborto deixarão de ser crime e a prática se tornará legal, por qualquer motivo, em qualquer momento da gravidez, isto é, DESDE A CONCEPÇÃO ATÉ O MOMENTO DO PARTO, já que o artigo 3 estabelece condições bastante amplas para que o aborto seja feito: até três meses de gestação, por simples deliberação da gestante; até cinco meses de gestação, se a gravidez resultou de crime contra a liberdade sexual (o estupro, por exemplo); e até nove meses, se houver "grave risco à saúde da gestante" ou em caso de má-formação fetal. Em outras palavras, para quem conhece bem o país em que vivemos, o anteprojeto libera totalmente o aborto no País.

A "proposta" que estabelece o direito à interrupção voluntária da gravidez, assegurando a realização do procedimento no âmbito do sistema único de saúde, também prevê, no artigo 4, que: os planos privados de saúde serão obrigados a cobrir as despesas com aborto – eles poderão excluir até procedimentos obstétricos, mas não poderão excluir os necessários à interrupção voluntária da gravidez realizada nos termos da lei. Nesse caso, a morte tem prioridade sobre a vida!

O anteprojeto revoga ainda todas as hipóteses de crime de aborto previstas no Código Penal, com apenas duas exceções: quando o aborto é praticado contra a vontade da gestante e quando do aborto resultem lesão corporal ou morte da gestante. Ou seja, só haverá crime se a mãe sofrer graves seqüelas ou morrer - matar o bebê, tudo bem.

O Jornal da Câmara, sob a responsabilidade do deputado Aldo Rebelo, em um artigo especial do dia 21 de outubro de 2005 colocado na edição on-line, às 15h18 só veio a confirmar o fato de que o governo do PT atende a compromissos internacionais ao tentar descriminalizar o aborto: "Após dez reuniões, a comissão que trata da revisão da legislação punitiva do aborto encerrou seus trabalhos em 1º de agosto. Dezoito pessoas integraram o grupo, instalado pela ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire. O surgimento da comissão é uma das ações do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, lançado em dezembro do ano passado, cumprindo determinação de acordos e tratados internacionais assinados pelo governo brasileiro de rever a legislação que prevê medidas punitivas contra as mulheres que tenham se submetido a abortos ilegais".

A candidata do P-Sol à presidência da República, senadora Heloísa Helena, deixa dúvidas quanto ao posicionamento de um seu eventual futuro governo, em relação à questão do aborto. Pessoalmente, HH, tem dito, reiteradas vezes, que é contra à prática do aborto: "Não há nada mais primitivo do que o aborto, principalmente quando se tem em vista a alta tecnologia que já se desenvolveu no que diz respeito a anticoncepcionais. Causa-me espanto ver apresentarem a curetagem de uma vida como algo inovador e como panacéia para resolver os males da saúde pública feminina", afirmou ela no plenário, em 2005.

Entretanto, muito sabiamente, ela está cansada de dizer que há uma enorme distância entre posicionamentos pessoais e partidários, assim como diz que exista entre programas partidários e programas de governo. É um pouco confuso, mas dá para entender – uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa... No caso do aborto, especificamente, o P-Sol defende, com unhas e dentes, a descriminalização. Isso pode ser confirmado pelo documento resultante do I Encontro Nacional de Mulheres do P-Sol, que diz em um dos trechos: “Que o 8 de março seja palco privilegiado da nossa batalha pela legalização do aborto e sua garantia através do Estado, no contexto da luta geral em defesa do SUS e contra o desmonte e privatização dos serviços públicos de saúde, que só faz piorar a situação das mulheres mais pobres, denunciando os responsáveis por esta situação...”. Me parece que a senadora HH, pessoalmente, é contra o aborto, mas também não tem nada contra quem o faça – acha que isso é um problema de foro íntimo das pessoas. Por isso, muito espertamente, apesar de dizer que é contra o aborto, não diz que seja contra à sua descriminalização... Deu para perceber a diferença?

Já o candidato do PSDB à presidência, Geraldo Alckmin, disse o seguinte, ao responder sobre o tema, em duas oportunidades: 1) Em 24/01 – matéria de Fábio Guibu, da agência Folha em Recife: “Geraldo Alkmin, disse ontem, em Recife, ser contra a legalização do aborto (…) ‘Eu não vejo o aborto como solução... ‘Nós já temos previstos [na lei] casos de aborto para estupro, risco de morte para a mãe... A solução é evitar a gravidez indesejada.’” e 2) Em 26/01 – participando do programa Super Pop, da Rede TV: numa das poucas vezes que foi confrontado pela apresentadora (Luciana Gimenez), em uma hora e meia de gravação, Alckmin esquivou-se dizendo ser a favor do aborto em casos previstos por lei. ‘E nos outros casos, o senhor é contra?’, insistiu a apresentadora. ‘Nos outros casos não sou favorável’, finalmente respondeu Alckmin. Tudo bem, ele é contra, mas muita gente do seu partido – o PSDB – não é nem contra o aborto em si nem contra a sua legalização; e não foi por outro motivo que jogaram o Alckmin nesta disputa eleitoral: tinham absoluta certeza de que ele perderia e se omitiram em relação à sua camapanha justamente para que isso acontecesse.

Eleitores, prestem atenção em quem é a favor do aborto e de sua legalização, porque estas pessoas defendem o extermínio politicamente correto de pessoas pobres – querem que eles existam somente na medida do necessário para que exerçam sobre eles seu poder de manipulá-los em próprio proveito. Não querem acabar com todos eles, afinal, devem sobreviver em número suficiente os que transformarão recursos em riquezas, e que, pagando também impostos, se auto-sustentem e ainda ao Estado a que estejam submetidos, como robôs que acordam, comem, trabalham e dormem. É necessária também a existência daquela gente mais miserável ainda, que vive do crime e da marginalidade de toda a espécie, desde que em quantidade controlada, para que eles garantam o terror e a violência que justifiquem o controle absoluto de tudo e de todos, em troca de segurança... Principalmente para que esse povo todo não conheça a verdade e não reivindique para si o mundo e a liberdade.

Christina Fontenelle
18/09/2006

(1) Conforme descreveu muito bem a minha amiga Graça Salgueiro, em um dos muitos e-mails que dela recebo, o Código Penal não é um código de direitos, mas de crimes. Todas as condutas lá descritas são delituosas, a menos que se diga explicitamente o contrário. O artigo 128 do Código Penal elenca duas hipóteses em que "não se pune" (eis as palavras da lei) o aborto: se não há outro meio - que não o aborto - para salvar a vida da gestante; e se a gravidez resulta de estupro.Em ambos os casos, o aborto continua sendo crime, entretanto, um crime que "não se pune".A lei não pune, por exemplo, o furto já praticado entre ascendente e descendente, ou entre cônjuges (art. 181, CP). Não se trata de um furto legal. O crime permanece. Desaparece a pena, por razões de política criminal. Aliás, são vários os casos em que, um crime, sem deixar de ser crime, fica isento de pena. O pai que, por falta de cuidado, dispara acidentalmente uma arma contra o filho, causando-lhe a morte, comete homicídio culposo. Trata-se de um crime. No entanto, em virtude do perdão judicial (art. 121, § 5° do Código Penal), o juiz poderá deixar de aplicar a pena a esse pai infeliz, que já sofre tanto pela morte do filho. O crime permanece. Desaparece a pena. Assim, o Código Penal pode dizer que certos atentados contra a vida humana, como o aborto, em certas condições, ficam isentos de pena, após o fato já consumado. Logo, não há casos de aborto autorizados pelo Código Penal brasileiro.


ABORTO: O HOLOCAUSTO POLITICAMENTE CORRETO (II)


É hora de mudar o discurso na defesa da vida contra a indústria do aborto. Os argumentos religiosos existem – e eles são legítimos e infinitos. Mas, se é de "cientificismo" que se precisa para defender a legitimidade dos argumentos daqueles que são contra o aborto, este artigo pretende fornecer alguns deles, para que se desmistifique, de uma vez por todas, essa imagem de “defensores dos direitos das mulheres sobre seus corpos” e de “preocupados com a saúde das mulheres que procuram abortar seus próprios filhos por desespero de causa”, que os defensores do aborto tentam passar para a sociedade.

É mais do que hora daqueles que são contra o assassinato pré-natal pelo aborto se apropriarem do discurso “científico” e “estatístico” através do qual os abortistas defendem a sua prática, alegando estar apresentando argumentos bem mais “sólidos” e “reais” do que os daqueles que os atacam – que o fazem, principalmente por meio de argumentação baseada em questões de moralidade e de religiosidade.

Para começo de conversa, eu gostaria que o leitor refletisse sobre o que há em comum nos resultados práticos que adviriam se toda essa pregação ideológica em defesa das minorias oprimidas, para derrubar o “preconceito” que existe em relação a elas, viesse a se tornar realidade. Qual é o resultado mais evidente e imediato da homossexualidade; da união entre mulheres que já passaram dos 45 anos com homens bem mais jovens; do casamento tardio e da decisão dos casais de só procriarem depois de estabelecidos emocional e financeiramente; da exigência, cada vez mais financeira do que idealista, de que as mulheres precisem contribuir financeiramente para a sobrevivência da família; da carapuça de “inútil” imposta às mulheres que desejem se dedicar exclusivamente a cuidar de seus filhos e de sua casa?

Resposta: em todos estes casos, há um evidente e sério comprometimento da procriação. Em todos eles, ou a reprodução é problemática para acontecer ou o é depois que acontece.

Diante dos bilhões de dólares que se gasta para divulgar e defender a ascensão e aceitação destas ditas minorias, há que se supor que exista um enorme interesse nas conseqüências que a suposta “vitória” sobre os costumes sociais estabelecidos trariam. Como, no fundo, embora sempre ocultada, a maior das conseqüências é a não-reprodução humana, não é burrice nem leviandade supor que este seja exatamente o grande interesse que esteja por trás das campanhas “contra os preconceitos”. Nesse mesmo contexto, podem-se integrar as igualmente intensas campanhas pelo controle da natalidade, incluídos aqui os procedimentos abortivos.

A verdade é que quase sempre o aborto acaba funcionando como instrumento de seleção dos que devam ou não vir a habitar este mundo, com critérios todos baseados em preconceitos sociais, físicos ou econômicos. No final das contas, o aborto tem sempre servido muito bem e melhor aos proporcionalmente poucos ricos que existem no mundo. Primeiro, porque esta gente tem podido aproveitar despreocupadamente os prazeres sexuais, que, ao se atreverem a fazer valer da força de seus propósitos naturais, concretizam-se em forma de novas vidas - vidas estas que podem ser, desmoralizada e autoritariamente, extirpadas pelo abortamento. Segundo, porque garante que a “pobretalha” espalhada pelo mundo dê cabo da sua própria descendência, achando mesmo que esta seja a única forma de garantir a própria sobrevivência - sua e de seus descendentes - em melhores condições de vida.

Não é bem assim. Na Inglaterra, por exemplo, onde o aborto é legalizado, muitas crianças estão sendo abortadas por portarem defeitos que poderiam ser perfeitamente corrigidos após o nascimento. Fetos com Pé Torto Congênito ou por terem um dedo a mais no pé são exemplos do tipo de doença alegado pelos pais para fazer o aborto. Se fosse hoje concebida na Inglaterra, Daniela Cicarelli, nossa famosa modelo, estaria correndo o risco de ser abortada por não ser perfeita – ela tem um dedinho a mais no pé direito (1).

É o primeiro passo para impor tambéma aos fetos a ditadura da perfeição . Quais serão os limites da perfeição exigida? Hoje, pequenos defeitos; amanhã, QI baixo, por exemplo. Ou como ainda hoje, na China, onde crianças são abortadas por serem do sexo feminino. As elucubrações frankensteinianas são horrendamente infinitas.

É assim mesmo. Primeiro começa-se a defender o aborto sob a alegação de que milhares de mulheres morrem por ano em conseqüência de abortos feitos em clínicas clandestinas. Depois, começam a imperar as teorias de que temos plenos direitos e poderes sobre nosso corpo (não temos: senão, não envelheceríamos, não adoeceríamos e muito menos morreríamos). Por fim, depois da legalização do aborto, a lista de permissividades em relação a tal prática começa a avolumar-se e chegará sim ao inimaginável. Mas, na verdade, há uma coisa muito mais suja e maquiavélica por trás de toda essa “preocupação benevolente de ONGs feministas com as pobres mulheres que morrem por causa de abortos ilegais” – não que estas mulheres não sejam pobres coitadas mesmo, mas a preocupação feminista é que não tem nada de benevolente.

Steven Levitt, em um dos capítulos de seu livro "Freakonomics", fez uma analogia entre os índices de criminalidade e o aborto. Eu já escrevi sobre o tema num artigo que falava sobre o "Documentário Flacão - Meninos do Tráfico", produzido pelo cantor MvBill (2). Em seu livro, Levitt relaciona os dados estatísticos de queda da criminalidade com o aborto, onde ele tenha sido legalizado – uma relação que mostra que, quanto menos filhos de cidadãos pobres e incultos nascerem no presente, mais desenvolvida e pacificamente viverão as pessoas mais afortunadas em futuros projetados para os 15 anos vindouros. O dado não entra na divulgação das pesquisas sobre os motivos de diminuição de violência em determinadas áreas onde isso tenha acontecido, simplesmente por uma questão de “estética” da informação – seria ofensivo aos pobres e revelaria o caráter imundo das políticas pró-aborto feministas, comandadas e financiadas pela esquerda internacional globalista – os imperadores da nova ordem mundial.

Cada caso de violência que demonstra o comportamento animalesco dos marginais acaba por conduzir nosso pensamento nesse sentido. O advogado Ari Friedenbach, Pai de Liana, a jovem de 16 anos, que foi seqüestrada, estuprada e morta, em 2003, por 5 jovens, sendo um deles menor de idade, disse em entrevista à repórter Daniela Tófoli, da Folha de SP, que entendeu que os criminosos são vítimas da sociedade: “Precisa ficar claro que eles são vítimas da sociedade, sim, mas a sociedade não pode mais ser vítima deles. A sociedade é responsável por essa absoluta falta de política de controle de natalidade. Enquanto a gente não mexer com isso, o resto continua podre. Não adianta depois tentar dar educação e saúde de qualidade para uma massa sem condição, sem família estruturada. Eles são uns coitados, mas não podem ir para a rua”. Ou seja, o melhor é que essa gente não chegue a nascer.

Sabendo disso, porém não revelando ser esse o verdadeiro motivo, é que muitas ONGs (às ordens dos imperadores do mundo) tratam de patrocinar o extermínio de uma classe indesejável de seres humanos, só que de maneira politicamente correta. É indução ao suicídio genético das castas consideradas inferiores, sem que as vítimas tenham consciência disso, e pior, achando que estejam sendo amavelmente conduzidas ao exercício dos direitos sobre seus próprios corpos. É de um maquiavelismo surpreendentemente cruel.

Não se trata especialmente de um “mal necessário”, considerado por razões de confrontamento entre recursos naturais disponíveis e demografia. Se assim o fosse, não seria o sistema capitalista de desenvolvimento permanentemente acusado de provir centenas de milhões de bens e serviços em excesso, conduzindo às sociedades ao consumismo desenfreado e desnecessário. É pura e simplesmente uma questão de limpeza genética da raça humana (é claro que segundo os julgamentos dos imperadores da aldeia global).

A ordem é controlar a relação entre o número de poderosos, autoungidos como privilegiados, e o número de dominados e manipulados – leia-se o resto da população mundial. Por isso, tanto faz: se o país é desenvolvido, defende-se o controle da natalidade para frear o consumo, para que haja condições de sustentabilidade, e, se é subdesenvolvido, defende-se a mesma polítca, mas desta vez para ‘poupar seres humanos indefesos do sofrimento da falta de recursos e perspectivas’.

Mas, e as conseqüências dessa manipulação maquiavélica da reprodução humana? É bem incoerente essa política de intervenção, se comparada com as restrições cada vez mais ferozes impostas às formas de tratamento do homem para com a natureza – uma vez que esta esteja sendo envolvida num contexto de preservação, inclusive com muitas das espécies que contam com a proteção de leis internacionais para garantir-lhes o direito de se reproduzir, cada vez mais e seguramente, de modo que não venham a ser extintas. Só os homens são exceções – estes, segundo as políticas dos organismos internacionais, devem controlar sua natureza reprodutiva.

Sabe-se, entretanto, que a estrutura sexual de uma população depende, por um lado, da proporção de cada sexo no nascimento, e, por outro, da freqüência de óbitos de homens e de mulheres em cada faixa etária. Quando nenhuma forma de intervenção humana vem perturbar o efeito dessas leis, observa-se uma proporção de meninos nascidos ligeiramente superior à de meninas, e uma maior mortalidade de homens em cada faixa etária, que, por sua vez, compensa de maneira natural o excedente de meninos nascidos. No nosso planeta, a norma biológica – cerca de 105 nascimentos de meninos para cada 100 nascimentos de meninas – se aplica com uma regularidade notável. Localmente, as variações são pequenas: a menor diferença se observa em Ruanda, onde nascem 101 meninos para cada 100 meninas, e a maior, excetuando-se os países asiáticos, observa-se no Suriname: 108 meninos.

Em numerosos países asiáticos, uma ou outra dessas leis é contrariada por práticas sociais. Nascem menos mulheres do que deveria, e morrem mais, gerando-se assim um número proporcionalmente maior de homens. Embora a influência dos fatores biológicos, genéticos e ambientais, de que habitualmente se lança mão para explicar as diferenças entre países, não deva, certamente, ser excluída, ela não é suficiente para explicar a evolução observada nos últimos vinte e cinco anos.

A China, que há trinta anos se impôs como o símbolo do comunismo mundial, pilar da defesa da igualdade entre os sexos, tornou-se um dos países onde as discriminações contra as mulheres, no plano demográfico, são as mais agudas. A Índia é outro país que também discrimina suas mulheres. Juntas estas duas potências têm cerca de 37% da população mundial. Os dois países têm em comum, entre outras coisas, uma anomalia demográfica: o déficit de mulheres (3). O primeiro grito de alarme nesse sentido foi dado, já em 1990, pelo economista indiano, ganhador do prêmio Nobel de economia em 1998, Amartya Sem: “Faltam cem milhões de mulheres hoje” (no mundo). Ao lado dos dois gigantes, estão também o Paquistão, Bangladesh, Taiwan, a Coréia do Sul e, em menor medida, a Indonésia. Juntos, estes países concentram 3 dos 6,5 bilhões de habitantes do planeta. Aborto seletivo de meninas, tratamento desigual de meninos e meninas, estatuto social secundário e más condições sanitárias, que geram uma supermortalidade feminina na infância e na idade adulta, representam um conjunto de particularidades que concorrem para o déficit de mulheres.

Na China, na Índia, na Coréia do Sul e em Taiwan, rompeu-se o equilíbrio natural de natalidade. Meninos e meninas nasciam em proporções normais no início dos anos 1980. Mas, de lá para cá, por causa do controle da natalidade, a preferência tradicional pelos meninos acabou por superar as leis biológicas, . Numa época em que, com apenas alguns meses de gravidez, através de uma ultra-sonografia ou de uma amniocentese, pode-se saber o sexo do bebê, nesses países, se os pais sabem que esperam uma menina, vem o dilema: se tivermos essa menina, teremos uma outra oportunidade de tentar um filho? Muito freqüentemente, toma-se a decisão de se livrar da menina não desejada, através de aborto. Em conseqüência, na China, o excedente de meninos nascidos está hoje 12% acima do nível normal, e, na Índia, 6%.

Dizem que o aborto legalizado beneficia as camadas mais pobres da população, que não têm como pagar por uma intervenção cirúrgica segura. Mas, na Índia, por exemplo, são as classes mais favorecidas economicamente e mais instruídas que recorrem de forma mais massiva à seleção pré-natal. Constata-se a mesma coisa na China, onde as mulheres mais jovens e com maior nível de instrução, sobretudo nas cidades, praticam mais sistematicamente os métodos de seleção pré-natal.

Rigorosamente todos os movimentos feministas são frutos de um milionário investimento das famosas ONGs – como as fundações Rockefeller, Ford,MacArthur, Carnegie e várias outras (4). Em geral e principalmente no Brasil, não há ONG ativista que se sustente financeira e ideologicamente. O ativismo globalista possui algumas características rígidas e repetitivas, entre as quais as mais importantes seriam: ouvir e seguir as declarações da ONU e receber dinheiro de fundações. Todos os movimentos possuem um discurso uniforme e globalizado em torno do que conhecemos como politicamente correto e, por isso, para ir se adequando à cada nova necessidade, criam termos como saúde reprodutiva, direitos reprodutivos e preferência sexual.

"Não devemos permitir um aumento populacional que não estamos preparados para manter. Devemos popularizar o pensamento de controle de natalidade. Devemos pôr esses meios nas mãos das massas”. A sentença é do livro “Women and The New Race” (1920), escrito por uma das pioneiras do feminismo, a eugenista, socialista e racista declarada, Margareth Sanger, que não escondia sua admiração pelos métodos de Hitler para com os não-arianos. Mas de capitalista a senhora Margareth também tinha a sua veia – ela foi a mentora da rede de clínicas de aborto Planned Parenthood. Setenta anos depois, a Fundação Ford publica o artigo “Reproductive Health: A Strategy for the 1990s” (1990): “O aumento do número de crianças irá esgotar a capacidade das famílias e da sociedade como um todo em prover alimentação, vestuário, abrigo, educação e cuidados com a saúde. Jovens e adultos irão debater-se para encontrar emprego em sociedades onde o trabalho será escasso”.

Até meados dos anos 1980, a Fundação Ford mantinha um programa de financiamentos chamado População, que tinha como intuito a promoção do controle populacional global. No Brasil, a FF exerceu papel determinante no desenvolvimento das ciências sociais e também desempenhou papel primordial, tanto no desenvolvimento dos estudos sobre a mulher quanto no movimento feminista. Apenas para o período 2003-2005, a FF declarou ter doado um total de US$96.891.489 a entidades brasileiras, sendo que US$21.286.000 dos quais, especificamente para o programa Sexuality and Reproductive Health. É óbvio que se suponha haver muito interesse no retorno de todo este investimento.

É interessante verificar a penetração destes grupos patrocinadores da legalização do aborto, inclusive na Igreja católica. As Católicas pelo Direito de Decidir (filial brasileira das Catholics for a Free Choice) é um deles, estando inclusive na folha de pagamentos da Ford e da MacArthur. Seu discurso se baseia em ‘sexo sem culpa’ e direito ao aborto assegurado pelo Estado, embora não aceitem o rótulo de abortistas – que o diga o padre que foi judicialmente processado por elas depois de chamá-las assim. Entretanto, no site da CDD, está um abaixo-assinado em defesa do aborto. O texto diz o seguinte:

Pesquisas indicam que no Brasil são realizados anualmente mais de 750 mil abortos em condições inseguras. Complicações acarretadas pelo aborto clandestino são a quarta causa de mortalidade materna no país. Além disso, cerca de 250 mil mulheres são internadas a cada ano no Sistema Único de Saúde (SUS) por complicações de aborto e, dessas mulheres, a maioria é negra, jovem e pobre. Para mudar essa situação, é necessário que a prática de aborto deixe de ser considerada crime”.

Não seria mais lógico defender uma campanha para que estas mulheres não recorressem ao aborto? Campanhas para que as pessoas se conscientizassem de que uma das principais conseqüências do sexo, e a mais importante delas, é a reprodução?

E continuam: “É essencial que a mulher tenha o direito de decidir sobre o próprio corpo e de ser assistida pelos hospitais públicos, independentemente das causas do aborto. Além disso, é preciso garantir que a população brasileira tenha acesso à educação sexual, aos métodos anticoncepcionais e tenha a possibilidade de escolher ter filhos ou não. Em defesa da justiça social, assinamos abaixo em apoio à legalização do aborto no Brasil”.

Primeiramente, seria muito bom que as pessoas decidissem escolher ter ou não filhos, ANTES de fazer sexo. Depois, sem entrar em questões filosóficas e/ou religiosas, não me parece nem adequado nem justo que os contribuintes, todos eles, tenham que pagar para que cidadãos irresponsáveis e descontrolados tenham o “direito” de decidir o que fazer com seus próprios corpos ao se depararem com as conseqüências concretas de seus mais íntimos momentos de prazer. Com licença, mas se é sobre “direito” que estamos falando aqui, eu gostaria muito de ter o meu de não pagar por isso. Como diz o ditado, “quem fez Matheus, que o embale”, ou o mate, como desejam os abortistas. Mas, que o façam por suas próprias consciências e com seu próprio dinheiro. Querem descriminalizar o aborto? Então que gastem milhões e milhões de dólares, de seus próprios recursos (que parecem ser infinitos) para enganar e encorajar as pobres coitadas que pensem em fazê-lo (muitas das quais passarão o resto de suas vidas se remoendo de remorso), mas que também gastem mais outros milhões e milhões de dólares para “bancar” estes abortos, com o dinheiro de quem os patrocine e de quem os defenda, já que se dizem mobilizar por uma questão de “caridade e de cuidado” com a vida alheia.

Um dos argumentos – como sempre, “cientificamente estatísticos” - mais utilizados para defender a legalização do aborto é dizer que muitas gestantes morrem por causa de "abortos mal feitos" e que, por isso, nos países onde sua prática é legal, a morte materna é bem menor do que nos outros onde ele é proibido. Entretanto, vejam-se, por exemplo, os números do Departamento de Informação e Informática do SUS – DATASUS sobre estas mortes: 1996 (146); 1997 (163); 1998 (119); 1999 (147); 2000 (128); 2001 (148); 2002 (115). O número de mulheres que não morrem por não fazerem abortos é tão significativamente superior que, ao invés de servirem para incentivar a legalização, estes números deveriam servir de exemplo para combater e desencorajar a prática do aborto. Isso para não falar de casos como o da Índia, por exemplo, onde o aborto é livre desde 1972, e onde se registram 25% do total mundial das mortes maternas por aborto, que foi de cerca de 529 mil, em 2000. Portanto, quanto menos desenvolvido for o país, mais altas serão as taxas de mortes maternas, mesmo onde o aborto for legalizado.

Em 1974, um documento conhecido como Relatório Kissinger, foi entregue pelo Conselho Nacional de Segurança dos Estados Unidos ao então presidente americano, Gerald Ford. O documento afirmava que o crescimento da população mundial seria uma ameaça para os Estados Unidos, e que era preciso controlá-lo por todos os meios: anticoncepcionais, esterilização em massa, criação de mentalidade contra a família numerosa, investimento maciço de milhões de dólares em todo o mundo (5). Resumindo: mais cedo ou mais tarde, o problema de poder e de controle da humanidade sempre passará pela questão do número de pessoas envolvidas e os limites entre vencedores e perdedores estará diretamente relacionado às tendências da maioria (6).

Não há nada de novo nessa percepção. Há 4 mil anos, um dos Faraós do Egito já havia percebido que a população é fator de poder. Seu simples crescimento numérico já era assustador: "Eis que o povo dos filhos de Israel tornou-se mais numeroso e mais poderoso do que nós. Vinde, tomemos sábias medidas para impedir que ele cresça´. [...]. Então o Faraó ordenou a todo o seu povo: ´Jogai no Rio [o Nilo] todo menino que nascer. Mas deixai viver as meninas´".
O Relatório Kissinger concentra seu plano de controle demográfico em treze países-chave: Índia, Bangladesh, Paquistão, Nigéria, México, Indonésia, Filipinas, Tailândia, Egito, Turquia, Etiópia, Colômbia e Brasil. Para tentar impedir o crescimento demográfico dos países pobres, mantendo-os sob o domínio econômico e político dos países desenvolvidos, já se realizaram várias Conferências Mundiais: em Bucareste, Romênia (1974), na cidade do México (1984) e no Cairo (Egito, a terra do Faraó!) em 1994.

(1) O Departamento Nacional de Estatísticas inglês (Office for National Statistics) mostrou que cerca de 20 bebês com mais de 20 semanas foram abortados por causa do Pé Torto Congênito – defeito que surge em 1 de cada 1000 bebês ingleses. Vale dizer que anomalia pode ser corrigida com técnicas de engessamento ou por meio de cirurgia, a partir dos três meses de vida. Outro dado estatístico mostra que, desde 1996, 4 bebês foram abortados por que tinham um dedinho a mais em seus pés. Em 2004, um bebê de 28 semanas foi abortado porque iria nascer com o palato aberto (céu da boca aberto). A Procuradora Joanna Jepson tentou processar os médicos que fizeram o aborto, mas as autoridades judiciais inglesas decidiram por não permitir que o processo fosse aberto. É sempre bom lembrar que um bebê de 23 semanas já pode ser visto, através de modernas ultra-sonografias, sorrindo, demonstrando incômodos e até dor.
(2) Christina Fontenelle - 23/03/2006: ...E é uma pena que este filme seja exibido somente agora, com anos de atraso, numa sociedade onde já esteja acontecendo o que falei, no artigo anterior a este - TRANSFIGURADO PELO COITADISMO - sobre os fenômenos decorrentes do coitadismo inconseqüente que tomou conta das diretrizes políticas, econômicas e sociais dos sucessivos governos deste país. E é uma pena também que o documentário chegue às telinhas nas circunstâncias em que o choque que poderia provocar nas pessoas seja infinitamente menor do que o que provocam as atrocidades ditatoriais cometidas pelo atual “Desgoverno” do PT. Violar o sigilo de uma conta bancária à revelia de qualquer autorização judicial, provando estarem as Instituições TODAS a serviço de um partido que está no Governo, constitui muito mais perigo e gravidade para o país do que o que foi visto no filme de MV Bill... Os motivos da exibição do filme, neste exato momento histórico, poderiam ser bem mais maquiavélicos do que parecem. É só parar e racionalizar “tudo, ao mesmo tempo, agora”: Se: 1) as favelas são Estados paralelos governados pelo tráfico, sem que nenhuma força policial possa acabar com essa situação... 2) nenhum aparato estatal pode resolver o problema da violência e da exclusão das crianças e jovens que vivem nessas comunidades...3) as centenas de ONGs que desempenham o papel de intermediárias entre as comunidades e os Estados, realizando uma infinidade de projetos em prol das pessoas que ali habitam, provaram já, em tantos anos de trabalho, que não dão conta de solucionar o problema...4) o trabalho voluntário de tantos cidadãos, muitos deles bem conhecidos, apesar de sua extrema importância, não consegue dar conta de tanta carência...5) à nenhuma das crianças “abandonadas” poderá ser dada uma família...6) a intervenção militar das FFAA é condenada pela mídia, pelas ONGs, pelo Ministério Público, etc...Qual será o próximo primeiro pensamento: Por que essas pessoas simplesmente não param de ter filhos que não podem criar? Pode ser por aí! Talvez seja exatamente para onde queiram direcionar o pensamento da população. Vários artigos veiculados no MSM já têm alertado sobre as pesadas investidas da esquerda internacional globalista em campanhas mundiais para a legalização do aborto. Podem estar preparando terreno...Quem viver, verá!

(3) Para responder à demanda crescente de esposas, principalmente na China, organizam-se redes transnacionais. Na fronteira sino-vietnamita, por exemplo, a migração de mulheres com o objetivo de se casar está em plena expansão desde a implementação das reformas econômicas nos anos 1980. Para algumas famílias chinesas pobres, comprar uma esposa seria o único meio de encontrar, com custos menores, uma mulher para seu filho. É por isso que o tráfico de esposas se desenvolve. Os compradores são em geral camponeses pobres e pouco educados, para os quais apelar para os traficantes ainda é mais fácil e menos oneroso que um procedimento regular. Complacência e corrupção nas regiões “compradoras” encorajam o tráfico. Em algumas aldeias, os serviços de registro de casamentos estão autorizados a simplificar os procedimentos, o que permite aos compradores obter, mediante pagamento, um certificado atestando seu casamento com a esposa comprada e uma inscrição dentro de todos os conformes nos registros de estado civil. Desse modo, estaria mais complicada a situação de uma jovem chinesa que, encontrada pela polícia após ter sido raptada e vendida, exigisse ser libertada e retornar para sua família.

(4) “Desde que o relatório da Comissão Reece foi publicado nos Estados Unidos na década de 1950, em que se investigou o papel de policymaking das bilionárias fundações filantrópicas norte-americanas, o assunto não parou de gerar discussões públicas e a literatura em língua inglesa sobre isso é abundante, desautorizando qualquer tentativa de relegá-lo ao oblívio como “conspiração”, sob o risco de termos de aceitar a conspiração mais bem documentada da história”. Do artigo:
Feminismo, reeducação sexual, aborto e as fundações no contexto brasileiro - pela por Editoria MSM em 10 de julho de 2006.

(5) Vale lembrar que Kissinger trabalhava para a construção do governo mundial, sob a orientação do grupo conhecido como
Clube de Bilderberg e que, sua atuação sempre visou, inclusive e principalmente, atingir, dentro dos limites estabelecidos, a própria sociedade norte-americana, na tentativa de transformá-la, para que os EUA viesse a ser o berço físico-geográfico onde deitarão os centros de decisão e de controle do governo mundial. E isso é bem diferente de se concluir que a nação norte-americana – na verdade, a primeira e maior de todas as vítimas das ações do Clube – esteja incluída neste projeto de dominação como o próprio agente de dominação em si.

(6) Leiam, no site do Mídia Sem Máscara, três artigos sobre o tema:
É a demografia, estúpido! (1a. Parte)
É a demografia, estúpido! (2a. Parte)
É a demografia, estúpido! (Final)

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