Thursday, September 07, 2006

A INDEPENDÊNCIA DE LUTO

Christina Fontenelle

9/09/2006

chrisfontell@gmail.com

http://infomix-cf.blogspot.com/

Depois do incrível desenvolvimento das telecomunicações e da globalização, independência, principalmente em se tratando de países e de nações, está muito longe do que costumava significar quando D. Pedro I declarou a libertação do Brasil do governo colonizador de Portugal. Hoje, no máximo, o que se tem é uma interdependência vantajosa nas relações entre países mais e os menos favorecidos econômica e militarmente. No caso do Brasil, infelizmente, o que temos é subserviência a sucessivos senhores alienígenas. Aqui, independência tornou-se um dos muitos recursos de retórica utilizados em palanques eleitoreiros para fustigar os anseios das massas populares, criminosa e intencionalmente desinformadas.

Uma das comemorações brasileiras mais tradicionais da Semana da Pátria têm sido os desfiles cívicos militares que acontecem sempre nas manhãs dos 7 de setembro. Houve épocas no Brasil em que este simbolismo estava diretamente relacionado à proteção do povo e da soberania nacional. Hoje em dia, os brasileiros assistem ao desfile sem saber exatamente se o contingente das forças legalmente armadas da nação – todas elas: policiais, militares e civis - é para protegê-los dos inimigos internos e externos, na defesa da Constituição e da liberdade, ou se é para proteger os governos que submetem o povo, como acontece em países como Cuba e Venezuela, por exemplo.

Digamos que os desfiles dos últimos anos têm primado pela falsidade e pela incoerência que tendem a identificar a segunda hipótese acima citada como sendo a mais provável. Temos visto as nossas forças armadas sucessivamente, prestarem continência e reverência, a um enojado presidente Fernando Collor - um mandatário arbitrário que acabou deixando o cargo sob acusações de corrupção -, depois, a um presidente popularmente conhecido como “o vendilhão da pátria” - o senhor Fernando Henrique Cardoso – e, finalmente, ao atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva - que junta habilmente as atribuições de seus antecessores, como suspeito de corrupção (por conivência ou por incompetência) e igualmente como vendilhão da pátria. A ele, particularmente, e a seu governo, temos visto reverências mais contundentes ainda do que as que foram prestadas aos dois primeiros.

Mas, eu estou falando de lógica – a minha lógica - e não de regras militares. É que as lembranças do meu tempo de criança ficaram muito vivas na minha memória, as de uma época em que víamos os homens de farda como aqueles que davam a vida para nos proteger, como símbolos de patriotismo. Uma visão um tanto quanto romântica e fantasiosa, creio eu; mas, foi a que me ficou marcada. Paciência.

Vejamos o desfile deste ano, particularmente o que ocorreu em Brasília, com a presença do presidente Lula. Um dos convidados de honra do palanque presidencial foi o astronauta brasileiro. De novo essa minha lógica meio estranha, ao que parece, não me permitiu entender a presença do ex-coronel Pontes no imponente desfile cívico militar. O astronauta não foi aquele para o qual nós brasileiros pagamos milhões de dólares, única e exclusivamente para que ele realizasse seu sonho particular de ir ao espaço (e para fazer propaganda do governo Lula), uma vez que, logo depois de ter retornado, pediu reforma e passou a ganhar rios de dinheiro dando palestras sobre o que aprendeu com o investimento do povo? Não entendi nada!

Pela primeira vez, lá em Brasília também, vimos um contingente da Polícia Federal participar do desfile de 7 de setembro. Nesse caso a coerência salta aos olhos. A PF vem realizando um ótimo trabalho ao prender quadrilhas de criminosos de todos os tipos. Vale lembrar que muitas destas operações, principalmente as que têm relação com o combate ao tráfico de drogas, são financiadas pelos “imperialistas” norte-americanos, através do DEA e da CIA (1). Não que eu não considere louvável o trabalho que a PF tem feito, mas é que as ações têm servido para abafar outras tantas importantes investigações que vêm sendo feitas pelo Ministério Público no que diz respeito a crimes que foram supostamente cometidos por gente ligada ao partido do nosso primeiro mandatário, o PT.

Eu não teria espaço para citar todos os itens da imensa lista de crimes, mas poderia fazer referência a alguns que ainda esperam por solução ou que ainda estão parados no Judiciário à espera de julgamento. O primeiro deles, por exemplo, é o caso do assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, e o das mortes das testemunhas envolvidas, que está até hoje sem solução. Outro: a investigação sobre as contas de Duda Mendonça e de correligionários do PT no exterior. E os 5 milhões de dólares que teriam vindo das Farc para o PT para a cmpanha presidencial de 2002? E a tão necessária quebra do sigilo bancário de Paulo Okamoto? E, por falar em sigilo bancário, a quantas anda a investigação sobre o caso Palloci-Francenildo? E a investigação do MP sobre as despesas astronômicas com cartões de crédito corporativos da Presidência da República, com retiradas injustificáveis de altas somas em dinheiro? A questão é: tamanha eficiência investigativa das polícias só existe quando se trata de crimes que não envolvam gente ligada ao governo, quando sirvam para dar a impressão de que os crimes do PT são cometidos por todos de maneira geral ou para desviar a atenção da imprensa de temas que incomodam o PT?

Há uma propaganda que está sendo veiculada na TV pedindo para que a população denuncie políticos que estiverem fazendo “caixa 2”, dizendo que é crime. Ora, além da denúncia do Procurador Geral da República sobre “a quadrilha dos 40 amigos de Lula”, o próprio presidente disse numa entrevista que passou num dos Fantástico, programa dominical da Globo, que todos os partidos fazem “caixa 2”, e que inclusive o PT fizera. O tesoureiro da campanha do PT, Delúbio Soares foi outro que confessou ter feito “caixa 2”. E o que aconteceu? Nada. Então é só a aprtir de agora que passará a ser crime? Depois disso, foram denúncias e mais denúncias. Mas está todo mundo por aí: livre, leve e solto. Pior: todo mundo fazendo campanha para reeleger Lula.

De modo que se o presidente e seus partidários estão comemorando a independência (no fundo, a deles próprios) fica fácil de entender; mas os desfiles, as bandeirinhas e as reverências não dá para compreender. Que independência é essa que tantos comemoram? Que reverências são essas que se faz a essa gente que está no poder?

Voltemos aos desfiles do 7 de setembro. No Manifesto à Nação VI, Marco Antonio Lacava­ e Vinicius F. Paulino, ambos membros da Loja Maçônica Minerva Paulista, afirmam que o nosso Exército possui uma frota de veículos e carros de combate com mais de 30 anos e fuzis com para mais 40 de idade. Dizem também que a Marinha já desativou mais de 20 navios, por não ter mais como fazer a manutenção e que último submarino incorporado, o Tikuna, não possui torpedos. E a Aeronáutica? Bem, a Força Aérea possui uma esquadrilha de Mirrages caquéticos e obsoletos. Esta bem, ganharam DOIS caças ultimamente... DOIS caças...

Não pude observar ao menos uma faixa preta de luto que fosse, no braço dos militares que desfilavam, em forma de protesto pelo estado de sucateamento em que se encontram as instalações e equipamentos das Forças Armadas especificamente. Ainda que não fosse por isso, o tivesse sido em nome dos mais de 6 militares que cometeram suicídio nos últimos dois anos - mais do que supostamente, por não poderem mais arcar com compromissos financeiros e por verem suas famílias decaírem de classe social, sem nada poder fazer. E ainda que não fosse por estes dois motivos, que fosse pelas indenizações (2) absurdas que vêm sendo pagas a ex-terroristas e a seus familiares, por terem falhado nas tentativas de implantar o comunismo no Brasil. Que o governo não dê a menor bola para isso, é compreensível. Mas, que os da própria classe militar finjam que nada esteja acontecendo não dá para entender.

A respeito da questão financeira, vale aqui um parêntesis para falar de uma matéria publicada pelo jornal O Globo sobre o que vem acontecendo com os militares norte-americanos. A reportagem afirma que o Pentágono está enfrentando, dentro de casa, um inimigo mais feroz e predatório do que aqueles que costuma combater no exterior: os agiotas. Eles comprometem o poder militar americano porque, segundo as regras da caserna norte-americana, militares cujas dívidas superem o equivalente a 30% de sua renda não podem ser enviados para missões no exterior, já que seus problemas financeiros podem distraí-los de seus deveres e torná-los vulneráveis ao suborno. Quase todos os casos de espionagem no setor militar estão, de alguma forma, ligados à ambição financeira ou à necessidade de um oficial ou soldado.

Um em cada cinco militares americanos está nas mãos desses agiotas que cobram juros abusivos de até 780% ao ano. Segundo um levantamento do Pentágono, a média dos empréstimos é de US$350 que acabam se transformando numa dívida de US$834. A rapidez do serviço, a não verificação de ficha de crédito e a ausência de perguntas atraem os interessados. Os agiotas exigem apenas um cheque pré-datado, que sabem estar garantido, já que o Código de Justiça Militar americano penaliza os militares que passem cheques sem fundos. O salário é depositado diretamente na conta bancária dos militares, a cada 15 dias, e os agiotas, sabendo disso, cobram também por quinzena. Como 75% dos tomadores de empréstimos são incapazes de pagá-los em duas semanas, acabam rolando a dívida, pedindo dinheiro a um segundo agiota para pagar o primeiro, num processo infindável e crônico de endividamento.

Já aqui no Brasil, para resolver os problemas dos baixos salários não só de militares, mas também de funcionários públicos civis e de aposentados, Lula respondeu com o maior estelionato da história deste país: o “Microcrédito” com desconto em folha. Pelo amor de Deus! Empréstimo a juros não é melhoria de vida, é suicídio! O golpe foi aprovado pelo Congresso a partir da medida provisória 130, de 17 de setembro de 2003, assinada pelo senhor presidente da República. O crédito consignado foi contratado com os bancos (3), com valores inicialmente arbitrados em uma ou duas vezes o benefício ou o salário de cada um, mas depois houve muitas alterações e hoje há bancos emprestando cinco ou seis vezes o que a pessoa recebe. As parcelas são fixas e o “beneficiado” não pode atrasar ou deixar de pagar qualquer uma delas, já que o empréstimo é descontado em folha de pagamento. A ilegalidade é flagrante, uma vez que a Constituição prevê que o salário deve atender às necessidades básicas de alimentação, transporte, habitação, vestuário e higiene - e honrar compromissos bancários não figura entre as prioridades do salário.

Especificamente para os militares, o governo também acena com o finaciamento da compra de casas populares. Por causa dos altos riscos para a sociedade que poderiam representar os atos de “traição” cometidos por militares (voluntariamente ou por coação, já que muitos deles vivem em áreas de risco, convivendo com a criminalidade), por lidarem com armamentos poderosos e com questões de segurança nacional, equipes da Caixa Econômica Federal e dos ministérios da Defesa e das Cidades reuniram-se em março de 2005 para agilizar o financiamento da casa própria, para soldados, cabos, taifeiros e sargentos. Eles, não conseguem uma carta de crédito para escapar do aluguel, devido ao baixo valor do soldo. As prestações seriam descontadas em folha, oferecendo mais garantia à CEF, já que o índice de inadimplência seria quase inexistente e os militares só poderiam comprometer até 30% da remuneração mensal com as pretações da casa própria. Hoje, estuda-se a possibilidade de expandir a porcentagem do comprometimento da renda para até 50%. Entretanto, para o deputado federal Jair Bolsonaro (PFL-RJ), reconhecido porta-voz dos militares, o melhor financiamento seria aumentar o salário que está defasado. “A medida não vai atingir quem precisa. O militar que é de Pernambuco, por exemplo, e que vem servir no Rio, vai fazer o que com o imóvel quando for transferido?”, questiona Bolsonaro, lembrando que imóveis financiados pelo SFH não podem ser vendidos e nem alugados durante o contrato.

Voltando aos empréstimos consigandos, como o dinheiro emprestado é descontado diretamente do pagamento, é impossível haver inadimplência. Por isso os juros são baixos. Mas, isso está longe de representar bondade dos bancos e muito menos prejuízos para eles. Os bancos enriqueceram ainda mais, já que, junto com o empréstimo cobram taxas e mais taxas para isso e para aquilo – inclusive para cobrir o único risco que realmente teriam, que seria a morte do “beneficiado” pelo empréstimo. Dessa maneira, os bancos obrigam os “beneficiados” a contratar seguros que garantam o pagamento em caso de óbito - prática ilegal.

Mas, o pior mesmo do empréstimo consignado é que ele criou uma falsa impressão de aquecimento da economia, com um aumento efêmero do consumo. Entretanto, ao contraírem estes empréstimos na rede bancária, já no pagamento seguinte as pessoas se vêem recebendo menos ainda do que costumavam receber – o que, por já ser insuficiente, as teria levado a tomar o empréstimo – e, uma vez pego nas malhas dos agiotas institucionalizados, a pessoa dificilmente consegue se livrar deles. O que sobrevém é a queda no consumo e uma nova restrição ao crédito. Mas, para dar manchete de jornal falando do novo aquecimento no consumo, no aumento do poder aquisitivo das pessoas (ainda que sabidamente falso) e para dar votos é um ótimo plano – mesmo sabendo que, mais cedo ou mais tarde, a verdade e a crise terão que ser enfrentadas.
A corrida dos segurados e dos funcionários públicos civis e militares aos bancos apenas comprovou a quantas anda a pauperização desse setor da população que vêm acumulando perdas há muitos anos. Não há salário e crescimento de renda, há crédito - e não só sob a forma de crédito consignado, mas também sob a forma crédito direto, oferecido por grandes empresas que estabelecem convênios com financeiras. Enquanto o setor financeiro obtém lucros recordes, o brasileiro tem um aumento de consumo atrelado ao maior nível de inadimplência dos últimos cinco anos.


Nunca foi tão fácil obter crédito direto como agora, não só para a classe média, mas principalmente para as pessoas com menor poder aquisitivo. As financeiras já atuam dentro das lojas, emprestando dinheiro ao consumidor para que ele adquira o produto que desejar - por meio de cartão de financiamento, carnê ou cheque pré-datado. A maior delas, por exemplo, a Losango (HSBC) diz o inacreditável número de 14 milhões de clientes. Outro exemplo: no ano passado, o lucro líquido das Casas Bahia cresceu 34% em relação a 2004 (de 150 para 201 milhões de reais). Não é a toa que as Casa Bahia estão com Lula. As transações feitas a partir de programas de "parceria" entre instituições financeiras e as grandes redes de loja cresceram cerca de 20% em 2005. O Magazine Luiza, por exemplo, juntou-se ao Unibanco para criar uma financeira própria, a LuizaCred.

É impressionante ver quase todas as redes de supermercados ou de lojas de vestuário - como Renner e C&A – terem passado a adotar procedimentos que sempre foram característicos de lojas que vendiam bens de consumo mais caros, como móveis e eletrodomésticos. É um claro sinal do estado de penúria a que chegou a população brasileira: as famílias não têm mais dinheiro sequer para os gastos do dia-a-dia: roupas, alimentos, produtos de limpeza, etc. Até a Petrobrás já se associou à Losango para criar um cartão de financiamento destinado a postos de combustíveis. Esta é a independência que todos estavam comemorando nos desfiles e solenidades?

Pesquisa da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP, entidade patronal), divulgada no dia 17 de julho, aponta um comprometimento de 40% da renda das famílias da região metropolitana de São Paulo com o pagamento de dívidas. O percentual de consumidores de inadimplentes é de 40% e a proporção de consumidores endividados é de 52%. Quando as pessoas não possuem dinheiro para comprar à vista, consumidor e comerciante tornam-se reféns de bancos e financeiras. O consumidor passa a depender cada vez mais do crédito para poder adquirir o que necessita ou deseja; o comerciante, por tabela, depende do crédito para vender. O que estes números revelam é o domínio total do setor financeiro sobre a economia e sobre a vida dos brasileiros.

Quando o consumidor não pode comprar à vista, as lojas ficam sem liquidez e precisam de dinheiro. Então, elas vendem o seu crédito a receber para alguma instituição financeira, por um valor abaixo do que teriam a receber se pudessem esperar para fazê-lo. Não é por outra razão que as instituições financeiras incentivam as vendas a crédito, mesmo em casos em que os juros pareçam pouco rentáveis. Os bancos pegam todos os créditos que têm a receber - de seus clientes, dos emitentes de cheques repassados por comerciantes, de tomadores de empréstimo e vendem (com lucro, naturalmente). Estes créditos passam a servir de lastro aos chamados Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDCs), dirigidos à parcela mais rica da população, uma vez que para investimento neles são necessários, no mínimo, cerca de 300 mil reais. Os bancos vendem aos investidores destes fundos, à vista, os títulos representativos dos créditos que têm a receber (repassando, desta forma, o risco de inadimplência a estes investidores).

Mas, para convencê-los a realizar uma aplicação tão vantajosa para os bancos, o governo isentou os rendimentos dos FIDCs do pagamento de PIS, Cofins, CSLL e IRPJ (Imposto de Renda de Pessoa Jurídica). A incidência de impostos sobre dinheiro aplicado em FIDC é 50% menor do que sobre a especulação com ações, por exemplo. Também não há retenção de Imposto de Renda na fonte, que incidirá à alíquota de 20%, sobre a remuneração auferida pelo cotista (se este for estrangeiro, a alíquota será de 15%). Este quadro tem sido fonte de lucros estratosféricos para os grandes bancos, que vêm conseguindo os maiores lucros de sua história. Juntos, os cinco bancos mais rentáveis do país faturaram nada menos que R$ 18,8 bilhões. Estes dados correspondem apenas ao lucro direto e não englobam o que é ganho através de financeiras como Losango (HSBC), Fininvest (Unibanco), Finasa e Zogbi (Bradesco) e Taií (Itaú) – com lucros que também se situam na casa dos bilhões de reais.

É óbvio que a combinação entre o empobrecimento da sociedade e as altas taxas de juros conduzem à elevação da inadimplência. É sob a alegação deste risco que o setor financeiro justifica o fato de os juros serem tão altos. Para se ter uma idéia de quanto o sistema financeiro ganha com este tipo de situação, o Monitor Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Créditos e Serviços) do Mercado de Cartões diz que circulam hoje no Brasil 69 milhões de cartões de crédito, 174 milhões de débito e 101 milhões de cartões de loja. O uso destes cartões cresce a taxas de, respectivamente, 25%, 19% e 16%. O setor financeiro terá lucrado em todas as etapas mais do que se o cliente tivesse pago tudo sem atraso. A administradora ganha o valor cobrado pela intermediação; o banco ganha o valor dos juros cobrados pelo empréstimo, isto quando não é ele próprio acionista da administradora, o que lhe garante lucro nas duas pontas do negócio.
Naturalmente, esta situação é vista com bons olhos pelo Fundo Monetário Internacional - FMI. Entre as "recomendações" dirigidas ao Brasil pelo diretor-gerente do órgão, Rodrigo Rato, para 2006, a ampliação do crédito estava lado a lado com a autonomia do Banco Central e a supressão de direitos trabalhistas. O governo tem cumprido obedientemente as ordens do Fundo: Em julho de 2006, o volume total de crédito atingiu R$ 668,7 bilhões, atingindo 32,6% do PIB (sendo 22,1% em recursos direcionados e 10,5% em recursos livres), o maior valor desde 1995.

E, para fechar com chave de ouro, é preciso citar a reportagem do Blog Alerta Total, de 29 de agosto, segundo a qual o Senado vai investigar denúncia de tráfico de influência do filho e do compadre do presidente da República na venda da Varig – respectivamente, o filho caçula do presidente Lula, Luiz Cláudio e o advogado Roberto Teixeira. Luiz Cláudio é padrinho de Valesca, filha de Roberto Teixeira, que é também compadre de Lula e advogado do novo presidente da Varig, Marco Antônio Audi, em mais de 20 processos a que o empresário responde judicialmente. Nos últimos anos, o advogado tem se especializado em resolver pleitos de companhias aéreas junto ao governo (cuidou dos casos VASP e Transbrasil). Um documento enviado a alguns senadores, por ex-funcionários da Varig, denuncia a participação de aliados e parentes do presidente da República na negociação, usando tráfico de influência no governo federal, para viabilizar o negócio, alegando a inédita rapidez com que o BNDES está liberando ao empresárioMarco Antônio Audi um empréstimo de R$ 1 bilhão e 700 milhões para comprar50 aviões da Embraer (ele desembolsou R$ 838 mil e 800 reais para quitar dívida com INSS, para ter direito a receber a ajuda do BNDES.

O documento ao Senado indaga ainda sobre o real motivo que levou os dirigentes da Air Canadá, que está tentando negociar a compra de 10% das ações da Varig, a promoverem, recentemente, uma audiência privada com o presidente da República, no apartamento de Lula, em São Bernardo do Campo. O dossiê também considera muita coincidência que o advogado e consultor José Dirceu de Oliveira e Silva tenha viajado três vezes para o Canadá, antes do leilão da Varig, no dia 20 de julho. A Varig foi adquirida pelo fundo norte-americano Matlin Patterson, em sociedade com a Volo do Brasil (dona da VarigLog). O dossiê enviado ao Senado também manifesta estranheza pelo fato de o operador de mercado financeiro, Luiz Eduardo Gallo, ter ficado com as rotas e concessões de espaço de aeroporto em seu nome, mesmo depois da compra da Varig pela VarigLog e pelo fundo Matlin P.
Resumindo: de independente o povo brasileiro não tem nada. Temos é de enforcados, igualzinho a Joaquim José da Silva Xavier – o Tiradentes. Somos todos reféns da ciranda financeira orquestrada pelos imperadores da Nova Ordem Mundial. E é segundo as ordens dessa gente nada brasileira que atua o Foro de São Paulo, ao qual pertence, em posição hierarquicamente vantajosa, o nosso presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Não se pode esquecer da atuação magistral do assessor de política externa do governo brasileiro, Marco Aurélio Garcia – o homem que está por trás de Lula -, incumbido de organizar a agenda e as operações latino-americanas conjuntas com os outros países latino-americanos que nos levarão a formar um bloco socialista único: a URSAL. Tudo com direito a futuros e cada vez mais falsos e sinistros desfiles de 7 de setembro. Fica a sugestão: no próximo ano, organizem uma ala de anistiados.



(1) Reportagem – Daniel Cruz (13/4/2004): O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Francisco Carlos Garisto, confirmou na Comissão de Segurança Pública que a Polícia Federal brasileira recebe dinheiro do departamento de combate a entorpecentes norte-americano (DEA), que estão em torno de US$ 5 milhões anuais, e da agência de inteligência (CIA), com verbas que variam de acordo com as operações. Garisto declarou que o convênio foi implementado quando Romeu Tuma, hoje senador, estava à frente da Polícia Federal e defendeu que o repasse das doações dos organismos americanos à Polícia Federal para combater o narcotráfico fosse legalizado por meio de acordo internacional entre os países, e não por convênio entre as polícias dos Estados Unidos e do Brasil. Garrido denunciou que os recursos são repassados aos próprios agentes que vão realizar os trabalhos para os organismos americanos, e a prestação de contas é apresentada diretamente aos Estados Unidos. Também em março de 2004, a revista Carta Capital publicou reportagem com o ex-chefe do FBI no Brasil Carlos Costa, na qual ele afirma que há anos os Estados Unidos doam milhões de dólares para a polícia brasileira.

(2) O MINISTRO DE ESTADO DA JUSTIÇA , MÁRCIO THOMAZ BASTOS, no uso de suas atribuições legais, com fulcro no artigo 10 da Lei nº. 10.559, de 13 de novembro de 2002, publicada no Diário Oficial de 14 de novembro de 2002... resolve: reconhecer a condição de anistiado político de HERMANO DE DEUS NOBRE ALVES (o amigo do presidente Lula, Bruno Maranhão – o chege da gangue que invadiu e depredou o prédio do Congresso Nacional), concedendo-lhe as reparações econômicas, de caráter indenizatório, em prestação única pela cassação de seu mandato de Deputado Federal e suspensão de seus direitos políticos por 10 (dez ) anos, no valor correspondente a 300 (trezentos) salários mínimos, equivalente nesta data a R$ 90.000,00 (noventa mil reais), e em prestação mensal , permanente e continuada , pela perda de emprego de Jornalista , no valor de R$ 14.777,50 (quatorze mil, setecentos e setenta e sete reais e cinqüenta centavos), em substituição à aposentadoria excepcional de anistiado político, proveniente do beneficio do INSS nº. 58/1103022854, sendo que, os efeitos financeiros retroativos incidirão somente na diferença entre o valor concedido e o valor de R$ 2.095,54 ( dois mil , noventa e cinco reais e cinqüenta e quatro centavos), que já percebe, totalizando o valor de R$ 12.681,96 (doze mil , seiscentos e oitenta e um reais e noventa e seis centavos), com efeitos retroativos de 16.03.2005 a 07.02.1992, perfazendo um total indenizável de R$ 2.160.794,62 ( dois milhões , cento e sessenta mil , setecentos e noventa e quatro reais e sessenta e dois centavos).
Vejam ainda o caso inimaginável da pensão concedida aos descendentes de Luis Carlos Prestes.

(3) ARTIGO: O Roubo Chamado Crédito
Nos bastidores da publicação da Medida Provisória 130, no dia 17 de setembro de 2003, se movimentaram os tradicionais lobbies, mas o que faturou, literalmente, com a medida, foi o do quase desconhecido banco BMG - Banco de Minas Gerais -"Curiosamente", esse é, junto com o Banco Rural, também de Minas Gerais, um dos principais bancos citados nesses mais recentes escândalos de corrupção envolvendo um partido na gerência do governo semicolonial. Os nomes dos bancos estão ligados aos supostos empréstimos contraídos pelo PT que seriam usados para pagar os "mensalões" aos parlamentares da "base aliada" do governo. Durante quase dois meses, antes dos demais bancos serem autorizados a trabalhar com o crédito consignado, apenas a Caixa Econômica Federal e o BMG operaram neste filão.

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