Sunday, May 27, 2007

AOS MEUS VIZINHOS

Christina Fontenelle
Devo confessar que, especialmente nos últimos anos, devido ao sucesso retumbante dos planos do Foro de São Paulo no tocante ao fazer da América Latina uma grande república socialista, minha antipatia por nossos vizinhos começou a ultrapassar os limites das disputas esportivas – conhecidas batalhas ufanistas, carregadas de xenofobia. Realmente a colonização brasileira foi ímpar no continente e nos trouxe características bem diversas nos mais diferentes campos. É verdade que, em alguns lugares do país, há coisas em comum com alguns de nossos vizinhos de fronteira, mas nada que nos descaracterize completamente de nossas raízes genuinamente brasileiras – justamente no que elas têm de diversidade e de miscigenação.

Entretanto, e muito disso devo aos amigos que fiz na internet, como a escritora Graça Salgueiro, por exemplo, comecei a ter a oportunidade de compartilhar idéias, observar atitudes e finalmente conhecer o lado de nossos vizinhos que transcendem suas nacionalidades – sua inteligência, seus desejos, seus sorrisos, suas tristezas. Ou seja, comecei a enxergar pessoas. Expandindo este modo de olhar para as gentes, ao observar os povos do mundo todo, começou a ficar cristalino que os anseios, as lutas contra a opressão e as buscas de saídas para que haja o convívio pacífico entre os homens, sem que se percam as liberdades, são (ou estão se tornando) o ponto comum, em todas as sociedades, de maneira geral. Seja qual for o tipo de guerra que venha a ser chamada pela História de a “Terceira Guerra Mundial”, ela será entre os que lutam pela liberdade e os que defendem a escravidão, entendida esta como a renúncia do homem ao seu livre arbítrio – que, ao final das contas, é o que dele faz um indivíduo. Ora, ao renegar e/ou renunciar à sua individualidade – e ao seu livre arbítrio, por conseguinte – o homem, finalmente, renuncia à parte de Deus que lhe cabe.

É por isso que devemos sim nos unir a todos os homens que lutam pela liberdade, estejam eles na Rússia, na China, nos EUA, no Iraque, no Haiti, no Equador, na Venezuela – devemos globalizar a luta pela liberdade. Não devemos atacar a globalização no que ela tem de bom. E, uma de suas boas coisas, sem dúvida, foi promover o encontro intercontinental de gente que se descobre irmã na sua humanidade.

É com tristeza que coloco os dois links abaixo, nos quais se poderá ver a despedida dos profissionais na RCTV da Venezuela e o massacre dos venezuelanos pelas tropas de Hugo Chávez – ocorrido em 11 de abril de 2002. Desgostos de um povo que descobri ser bravo. Espelho de tristezas e tragédias de um socialismo igualitário que joga irmãos contra irmãos. Quem divide o inimigo vence a luta.

http://www.venezuelapress.com/2007/05/despedida-estelar/
http://video.google.com/videoplay?docid=-5793200611323299754&pr=goog-sl

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