Festa da FORÇA SINDICAL - SP
Christina Fontenelle
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Dia 1 de maio é o Dia Internacional do Trabalho. Isso, em si, não é notícia. As comemorações, algumas talvez. Mas, notícia mesmo é o que quem realmente trabalha “nestepaís” recebeu como homenagem: o fuzilamento “drive thru” de dois soldados da Polícia Militar do Rio de Janeiro. É bom que se ressalte: eles não estavam comemorando o Dia do Trabalho – estavam trabalhando.
Foi manchete nos jornais: a Força Sindical reclamou que recebeu menos verbas para as comemorações do que a CUT (Central Única dos Trabalhadores), entidade historicamente ligada ao governo petista e ao presidente Lula. Enquanto a primeira recebeu R$ 250 mil da Petrobrás, a outra recebeu R$ 600 mil para a festa - segundo o presidente da Força Sindical e deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP). A CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores) recebeu R$ 150 mil da empresa, além dos patrocínios de R$ 150 mil de Furnas e de R$ 80 mil da Bovespa. A Caixa Econômica Federal investiu R$ 580 mil nos eventos das três entidades - R$ 300 mil da CUT (para três comemorações em ações de cidadania e na festa de hoje), R$ 200 mil para a Força e R$ 80 mil para a CGT.
Pela região da praça Campo de Bagatelle, zona norte de São Paulo, local da festa da Força Sindical, passaram 1,3 milhão de pessoas, segundo estimativa da PM (Polícia Militar de São Paulo – que estava trabalhando). A Força gastou cerca de R$ 3 milhões na comemoração, que teve sorteio de dez carros (R$ 23 mil cada) e de cinco apartamentos (R$ 50 mil cada). Como o tema da festa foi "Os Trabalhadores em Defesa do Planeta", a entidade distribuiu 20 mil mudas de plantas nativas. A programação teve ainda mais de 40 shows. Pela festa da CUT, que ocorreu no cruzamento das avenidas Ipiranga e São João, região central de SP, também segundo estimativa da PM (repito: que estava lá trabalhando) estiveram reunidas cerca de 300 mil pessoas. Não houve sorteios, mas teve show).
O Colunista Cláudio Humberto disse em seu blog: ”pensando bem, só deveria comemorar o dia do trabalho quem estivesse empregado”. Seria lógico. Parece que, pelo Brasil, entretanto, só comemora mesmo quem faz parte dos grandes sindicatos e dos movimentos ditos “sociais” (MST, MLST, etc). O resto, ainda que trabalhe (e muito) que fique em casa, dormindo, ou dando plantão – trabalhando! No caso dos PMs, cabe a eles garantir a segurança das comemorações sindicais por todo o país, ou, em alguns lugares, servir de alvo para que os pobres coitados marginalizados, que, por “total falta de opção”, fazem do mundo do crime sua profissão, comemorem o dia do trabalho à sua maneira: fuzilando policiais.
Os brasileiros não tiveram muito mesmo o que comemorar. Pôde-se notar isso nas festas de comemoração por todo o país. Não são o verde, o amarelo, o branco e o azul as cores do Brasil? Pois é, mas a cor das comemorações foi o vermelho. Vermelho nas camisetas, nas bandeiras. Vermelho sangue. Sangue dos dois policiais metralhados no Rio, sangue de João Hélio e de tantos outros brasileiros estudantes e trabalhadores que morrem todos os dias pelo Brasil – em números que superam aos de muitas guerras civis. Resta-nos fincar cruzes...
Os brasileiros não tiveram muito mesmo o que comemorar. Pôde-se notar isso nas festas de comemoração por todo o país. Não são o verde, o amarelo, o branco e o azul as cores do Brasil? Pois é, mas a cor das comemorações foi o vermelho. Vermelho nas camisetas, nas bandeiras. Vermelho sangue. Sangue dos dois policiais metralhados no Rio, sangue de João Hélio e de tantos outros brasileiros estudantes e trabalhadores que morrem todos os dias pelo Brasil – em números que superam aos de muitas guerras civis. Resta-nos fincar cruzes...
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