Pela primeira vez desde que assumiu a presidência da república, em 2003, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou em cadeia nacional de rádio e TV para fazer um pronunciamento sobre o Dia da Independência, na véspera - ou seja, na noite do dia 6 de setembro. Por que?
Em 2003, o publicitário Duda Mendonça criou uma campanha: "Sete de Setembro. Esta Festa é Nossa", fazendo uma grande convocação nacional para que o povo participasse das comemorações pelo 7 de Setembro por todo o país. Havia, inclusive, o objetivo de "desmilitarizar" as festividades, cuja característica marcante, até então, vinha sendo os desfiles militares. Em Brasília, a festa foi organizada pela Presidência e pelo Comando Militar e custou cerca de R$ 1 milhão. Lula quebrou a tradição de desfilar em carro aberto - uma decepção, na ocasião, para muitas das 45 mil pessoas que compareceram.
Em 2004, Lula convocou novamente a população para comemorar o Dia da Independência junto as festividades organizadas pelo país. O apelo do presidente foi feito na véspera, dia 6 (como agora em 2007), só que através do programa de rádio "Café com O Presidente", que vai ao ar todas as segundas-feiras pela manhã. Em Brasília, o povo atendeu e cerca de 50 mil pessoas apareceram para a festa. Pela primeira vez, Lula enfrentou um protesto: eram cerca de 10 mulheres de militares que portavam cartazes pedindo aumento para a classe.
Em 2005, já sob o escândalo do Mensalão, a presidência providenciou um esquema de segurança e de “blindagem” de Lula aos protestos, que certamente ocorreriam (e ocorreram). Houve um esvaziamento da festa do 7 de Setembro em relação aos dois anos anteriores – apenas 30 mil pessoas compareceram e muitas delas para vaiar o presidente. Na noite do próprio Dia da Independência, Lula fez um pronunciamento à nação sobre a data.
Em 2006, à época das comemorações do Dia da Independência, estávamos também às vésperas das eleições presidenciais. Lula, então candidato pelo PT, e Alkmin, candidato do PSDB, fizeram pronunciamentos em suas respectivas propagandas eleitorais. A presidência contratou uma empresa para organizar as festividades em Brasília. Foram gastos R$ 2 milhões. Foi o ano em que Marcos Pontes, o astronauta brasileiro, assistiu o desfile militar no mesmo palanque em que estava Lula.
Esse ano, o presidente veio em cadeia nacional, na véspera das comemorações pelo Dia da Independência, fazendo um discurso que quem ouvisse distraidamente pensaria tratar-se do Chefe de Estado da Suécia falando aos seus patrícios. Números e mais números de sucesso. Falou do crescimento do número de trabalhadores com carteira assinada e de empregos (de apertador de parafuso, mas é emprego!). Falou também sobre o aumento do número de pessoas que adentraram à classe média (leia-se quem passou a ganhar 500 reais por mês). Obviamente, o presidente não fez referência ao empobrecimento do que se costumava chamar de classe-média.
Em 2003, o publicitário Duda Mendonça criou uma campanha: "Sete de Setembro. Esta Festa é Nossa", fazendo uma grande convocação nacional para que o povo participasse das comemorações pelo 7 de Setembro por todo o país. Havia, inclusive, o objetivo de "desmilitarizar" as festividades, cuja característica marcante, até então, vinha sendo os desfiles militares. Em Brasília, a festa foi organizada pela Presidência e pelo Comando Militar e custou cerca de R$ 1 milhão. Lula quebrou a tradição de desfilar em carro aberto - uma decepção, na ocasião, para muitas das 45 mil pessoas que compareceram.
Em 2004, Lula convocou novamente a população para comemorar o Dia da Independência junto as festividades organizadas pelo país. O apelo do presidente foi feito na véspera, dia 6 (como agora em 2007), só que através do programa de rádio "Café com O Presidente", que vai ao ar todas as segundas-feiras pela manhã. Em Brasília, o povo atendeu e cerca de 50 mil pessoas apareceram para a festa. Pela primeira vez, Lula enfrentou um protesto: eram cerca de 10 mulheres de militares que portavam cartazes pedindo aumento para a classe.
Em 2005, já sob o escândalo do Mensalão, a presidência providenciou um esquema de segurança e de “blindagem” de Lula aos protestos, que certamente ocorreriam (e ocorreram). Houve um esvaziamento da festa do 7 de Setembro em relação aos dois anos anteriores – apenas 30 mil pessoas compareceram e muitas delas para vaiar o presidente. Na noite do próprio Dia da Independência, Lula fez um pronunciamento à nação sobre a data.
Em 2006, à época das comemorações do Dia da Independência, estávamos também às vésperas das eleições presidenciais. Lula, então candidato pelo PT, e Alkmin, candidato do PSDB, fizeram pronunciamentos em suas respectivas propagandas eleitorais. A presidência contratou uma empresa para organizar as festividades em Brasília. Foram gastos R$ 2 milhões. Foi o ano em que Marcos Pontes, o astronauta brasileiro, assistiu o desfile militar no mesmo palanque em que estava Lula.
Esse ano, o presidente veio em cadeia nacional, na véspera das comemorações pelo Dia da Independência, fazendo um discurso que quem ouvisse distraidamente pensaria tratar-se do Chefe de Estado da Suécia falando aos seus patrícios. Números e mais números de sucesso. Falou do crescimento do número de trabalhadores com carteira assinada e de empregos (de apertador de parafuso, mas é emprego!). Falou também sobre o aumento do número de pessoas que adentraram à classe média (leia-se quem passou a ganhar 500 reais por mês). Obviamente, o presidente não fez referência ao empobrecimento do que se costumava chamar de classe-média.
É lógico também que Lula falou das muitas coisas que ainda precisam ser feitas – mas o fez como se seu governo tivesse começado ontem. Como que fazendo um mea culpa em relação à classe média, pela primeira vez, Lula referiu-se a essa classe sem deboches, reconhecendo que ela “ainda”, segundo o presidente, estaria passando dificuldades. Foi como acenar com uma pontinha de esperança por possíveis vindouros tempos melhores - vai que o pessoal acredita e dá um tempo nas vaias...
Não se pode deixar de falar sobre a colaboração impagável da mídia televisiva. Noticiários recheados de boas notícias – inclusive com a promessa de cassação de Renan Calheiros e de possível indiciamento de toda a diretoria da Agência Nacional de Aviação (Anac). Para fechar com chave de ouro, matérias com mais de 2 minutos (veja video abaixo) mostrando Lula discursando para um auditório repleto de autoridades militares, com a presença dos três comandantes das FFAA e do ministro da defesa Nelson Jobim. Em sua fala, o presidente (como se seu governo tivesse começado ontem, repito) prometeu reaparelhar as Forças Armadas e falou mal dos governos anteriores por não terem investido no setor (Lula deve ter se esquecido que passou os últimos 5 anos à frente da presidência do país).
É, parece que o presidente só se faz de desentendido quando lhe convém.
Não se pode deixar de falar sobre a colaboração impagável da mídia televisiva. Noticiários recheados de boas notícias – inclusive com a promessa de cassação de Renan Calheiros e de possível indiciamento de toda a diretoria da Agência Nacional de Aviação (Anac). Para fechar com chave de ouro, matérias com mais de 2 minutos (veja video abaixo) mostrando Lula discursando para um auditório repleto de autoridades militares, com a presença dos três comandantes das FFAA e do ministro da defesa Nelson Jobim. Em sua fala, o presidente (como se seu governo tivesse começado ontem, repito) prometeu reaparelhar as Forças Armadas e falou mal dos governos anteriores por não terem investido no setor (Lula deve ter se esquecido que passou os últimos 5 anos à frente da presidência do país).
É, parece que o presidente só se faz de desentendido quando lhe convém.
Christina Fontenelle
07/09/2007
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