Os Presidentes do Mercosul e Estados Associados, reunidos na cidade de Córdoba (21/07) reiteraram seu firme compromisso com os valores da integração, da paz, do fortalecimento do multilateralismo, da democracia, do desenvolvimento e dos direitos humanos. Eles manifestaram sua satisfação pelos progressos que estão sendo feitos no sentido da formação de um bloco regional latino-americano, principalmente agora, depois da incorporação da Venezuela, reiterando, inclusive, a vontade política comum de concluir a Carta Social das Américas e de seu Plano de Ação.
Estiveram presentes os Presidentes da Argentina, Néstor Kirchner; do Paraguai, Nicanor Duarte Frutos; do Uruguai, Tabaré Vázquez Rosas; da Venezuela, Hugo Chávez; da Bolívia, Evo Morales; e do Chile, Michelle Bachelet. Também compareceram o vice-presidente do Equador, Alejandro Serrano Aguilar, e o Chanceler do Peru, Oscar Maurtua. Como convidados especiais, estavam presentes o Presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros de Cuba, Fidel Castro, o Chanceler do México, Luis Ernesto Derbez e o Ministro de Comércio do Paquistão, Humayun Katar.
Como não poderia deixar de ser, Fidel Castro protagonizou situações polêmicas. Um repórter de Cuba fez perguntas que o ditador cubano qualificou de enviadas por George W. Bush, chamando o repórter de traidor de Cuba. Todo o acontecido pode ser visto no site Notalatina, mantido por Graça Salgueiro, do Mídia Sem Máscara. Segue o link:http://notalatina.blogspot.com/.
Todos os presentes ao encontro destacaram o compromisso de levar adiante um Programa de Regulamentação Migratória, em todo o Mercosul e países associados, admitindo, já como primeira medida, a concessão automática de visto de permanência de 90 dias aos turistas dos países membros, negociados na reunião do Foro de Migração. A Argentina foi elogiada por já ter dado início, unilateralmente, ao Acordo de Residência do Mercosul, com o “Programa Pátria Grande”. Este acordo foi estabelecido numa das reuniões entre os ministros do Interior dos países membros. Entre outras coisas, foi aprovado um Acordo Para Verificação de Documentos de Ingresso e Saída de Menores entre os países do Mercosul.
Entre outras coisas, como acordos para o combate ao contrabando de armas e ao tráfico de drogas, no plano da educação, novos acordos foram tratados nas Reuniões dos Ministros da Educação. Destaca-se o Reconhecimento de Estudos de Nível Primário e Médio que tem por objetivo estabelecer equivalências dos programas escolares entre todos os países membros do Mercosul. Merece consideração a intensão expressa de elaborar livros didáticos comuns, especialmente sobre educação, memória e direitos humanos das vítimas do terrorismo de Estado, durante os regimes ditatoriais da região.
A Argentina foi eleita como a Sede Cultural Permanente do Mercosul. A UNESCO ofereceu a Villa Ocampo para constituir o “Centro de Referência Cultural do Mercosul”. Ainda em relação à cultura, pretende-se valorizar o Programa “A Voz dos Sem Voz”, para recuperar as expressões de dança e música originários dos povos da América Latina.
Todos os membros do Mercosul afirmaram compromisso com um projeto comum de erradicar a pobreza e a exclusão, promovendo o bem comum e a igualdade de oportunidades, garantido o exercício dos direitos e dos deveres da pessoa humana. Para realizar mais este trabalho de integração, foi publicada “A Dimensão Social do Mercosul” e será formada a Rede Nacional de Voluntariado Humanitário.
Ressaltaram os progressos dos trabalhos para a implantação do Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul (FOCEM), para assegurar simetria ao processo de integração. O Protocolo de Contratações Públicas permitirá que as empresas do bloco possam participar de concorrências públicas nos diversos países membros. Nesse sentido também, foi realizada a VI Rodada de Negociações para Liberalização do Comércio de Serviços. Foi sugerida também a criação de um Banco de Desenvolvimento do Mercosul, para financiar projetos de infra-estrutura. O projeto do grande Gasoduto do Sul está incluído nessa iniciativa, que, entre outras coisas, propõe a aliança entre todas as companhias petrolíferas da região, formando a Petrosur. Uruguai, Paraguai e Bolívia farão parte desse projeto, que tem por objetivo a integração energética, política e social dos povos da América - Latina.
Eu escrevi 2 artigos sobre isso, denunciando a intensão da criação desta companhia (a Petrosur) integrada – POR TRÁS DO OBVIO I e II – que não foram publicados em nenhum site, embora muitos deles o tenham recebido. Estava no auge da crise entre a Bolívia e a Petrobras.
Já começaram, no primeiro semestre deste ano, os trabalhos da Comissão Parlamentarista Conjunta, de acordo com a agenda para criar o Parlamento do Mercosul até de 31 de dezembro de 2006. Dentro dos trabalhos haverá a participação de uma comissão européia de apoio aos trabalhos.
Como se pode muito bem observar, está mais do que pronta a formação do bloco latino-americano alinhado com o projeto da globalização. Um projeto da esquerda internacional que pretende dirigir um império mundial do Capitalismo de Estado – que, vale lembrar, nada mais é do que o Comunismo de Mercado. Não resta mais a menor dúvida em relação a isso e só não enxerga quem não quer. A mídia nacional não mencionou esses assuntos. É tudo feito às escondidas, de modo que não se consiga reagir antes que os fatos sejam consumados.
E sabem o pior de toda essa estória? O pior é que os povos têm trabalhado, votado e pago impostos para que seus respectivos governos trabalhassem pelo desenvolvimento de seus países. Em nenhum momento lhes foi perguntado se era desejo formar uma comunidade mundial apátrida, sob o governo de verdadeiros ETs estrangeiros, para os quais nós, os latinos americanos, não seremos nada além de gado acéfalo. Pior: veremos nossos filhos crecerem num mundo assim - e nossos netos, e nossos bisnetos.
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