“A nova tecnologia é mais um avanço para a democracia”. Foi com esta frase que terminou a reportagem do Jornal Nacional (TV Globo) desta noite (26/07), a respeito da preparação das urnas eletrônicas para as eleições que se aproximam. Depois de fazer a apologia das vantagens da urna eletrônica para garantir rapidez na apuração dos votos e de exaltar a questão da segurança das mesmas contra fraudes – coisa que qualquer garoto de 12 anos que entenda de computador sabe que é mentira -, a repórter fez referência à mais nova e maravilhosa técnica de identificação dos eleitores que, segundo ela, vai agilizar o processo de votação e impedir que um mesmo eleitor vote duas vezes (ou ainda que um vote em nome de outro): as urnas com leitores de impressão digital.
Agora o eleitor poderá ser identificado de forma inconfundível pela urna eletrônica e registrará seu voto nessa mesma urna. Não é uma beleza?! É, realmente é uma beleza, mas não exatamente para o eleitor. Por dois motivos: 1) ele não poderá verificar, nem comprovar (para sua própria segurança e no caso de haver necessidade de recontagem) se o voto que digitou é o mesmo que foi registrado e 2) como no caso do caseiro Francenildo, que teve sua conta bancária invadida, pessoas mal intencionadas poderão descobrir quem votou em quem; de modo que o eleitor possa ter que passar a votar não necessariamente de acordo com a sua vontade.
Este tipo de recurso ainda não será utilizado na próxima eleição. Como frisou a reportagem. Antes de isso acontecer, todos os eleitores do país deverão estar identificados pela impressão digital.
Vou repetir a frase final da reportagem: “A nova tecnologia é mais um avanço para a democracia”. Ou a democracia da reportagem não é a mesma que eu conheço; ou fascismo agora passou a ser chamado de democracia e não me avisaram.
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